Agronegócio
Produtores brasileiros antecipam compras de fertilizantes para safra de 22/23
As boas margens de lucro na agricultura, combinadas com a alta nos preços dos insumos motivaram os produtores a antecipar compras
De acordo com a multinacional holandesa bancária e de serviços financeiros, Rabobank, após antecipar a compra de insumos agrícolas para a safra de 2021/22, as boas margens de lucro na agricultura, combinadas com a alta nos preços motivaram os produtores brasileiros a antecipar compras. No primeiro semestre, alguns produtores foram ao mercado em busca de volumes de fosfato e potássio para a safra de 2022/23.
De acordo com o relatório do analista sênior da instituição, Matheus Almeida, “os preços mais altos das commodities impactaram positivamente a demanda de fertilizantes do Brasil desde o ano passado”, ressalta.
Almeida ainda destaca que embora os agricultores estejam dispostos a comprar insumos mais cedo do que antes, nem todas as empresas de fertilizantes estão dispostas a vender 12 meses antes do prazo de entrega. Isso ocorre porque os produtores de fertilizantes no exterior não estão acostumados a trabalhar nesses termos e, como resultado, parte do risco relacionado à volatilidade dos preços teria de ser assumido pelos vendedores locais. “Mesmo assim, algumas empresas conseguiram abastecer os agricultores e alguns negócios para a safra 2022/23 já foram concluídos”, afirma.
Impulsionada pela extensão da área plantada e pelo aumento nas taxas de aplicação, a Rabobank apresentou em seu relatório, que em 2020 houve um aumento de 12% nos fertilizantes, atingindo um total de 40,6 milhões de toneladas. Além disso, ela ainda prevê que a demanda por fertilizantes em 2021, terá um aumento de 6%, para 43 milhões de toneladas.
O poder de compra favorável dos agricultores durante o primeiro semestre de 2021 e as expectativas de margens maiores para as safras de soja, milho e algodão nesta temporada (2020/21) e na próxima (2021/22) serão os principais impulsionadores da demanda por fertilizantes neste ano. “O recente aumento nos preços dos fertilizantes, bem como outros custos, reduziu o poder de compra dos agricultores, mas pode não afetar consideravelmente a demanda até o segundo trimestre de 2022”, explica Almeida.
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