Política
Professores em greve há 50 dias se dividem sobre aceitar proposta
Universidades e dos institutos técnicos federais.
Em greve há cerca de 50 dias, os professores das universidades e dos institutos técnicos federais se dividiram. A Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes) assinou, ontem, um acordo com o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI). Em contraste, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) rejeitou a proposta e decidiu manter a greve.
Essa divisão entre as entidades já havia ocorrido durante as greves de 2012 e 2015, quando o Proifes aceitou a proposta do governo e encerrou a mobilização antes do Andes-SN.
Em comunicado, a Proifes afirmou que seu Conselho Deliberativo, composto por 34 delegados, considerou que as consultas, reuniões e assembleias gerais dos sindicatos foram realizadas de forma democrática.
“O Conselho Deliberativo reuniu-se extraordinariamente no dia 26 de maio de 2024 para avaliar o resultado do processo de consulta e, após amplo debate, referendou o processo ocorrido, cuja indicação, pela maioria dos sindicatos federados, foi a aprovação da proposta”, destacou a Proifes no comunicado.
“Seguindo o estatuto e em respeito à maioria, diante dessa indicação favorável, o Conselho Deliberativo encaminha à Diretoria da Federação a assinatura do acordo com o governo federal na Mesa de Negociação Específica no dia 27 de maio de 2024”, acrescentou a Proifes.
Professores em greve
Em um vídeo postado nas redes sociais, o presidente do Andes-SN, Gustavo Seferian, classificou como autoritária a atitude do governo federal de assinar o acordo com apenas uma entidade em uma reunião fechada. “É a consumação de uma farsa, de um golpe que se deu no prédio do MGI”, criticou.
“Temos a necessidade de reconhecer que nossa luta não só continua, mas que vamos, pela nossa luta e enfrentamentos, derrubar esse engodo que está sendo construído”, acrescentou.
O Andes-SN também exige a recomposição do orçamento das universidades federais.
No site do Ministério da Gestão e Inovação (MGI), o secretário de Relações de Trabalho, José Lopez Feijóo, destacou que o processo de negociação foi amplo e transparente, com a realização de cinco rodadas de conversas com as entidades dos docentes. “Dentro dos limites orçamentários, temos buscado construir a melhor proposta possível, dialogando com as demandas de reestruturação apresentadas pela categoria”, afirmou.
Proposta
No dia 15 de maio, o MGI apresentou o que chamou de proposta final. O governo oferece aumentos de 13,3% a 31% até 2026, com os reajustes começando em 2025. As categorias que recebem menos terão os maiores aumentos, enquanto aqueles que ganham mais terão reajustes menores.
Com o reajuste linear de 9% concedido ao funcionalismo federal em 2023, o aumento total, segundo o MGI, ficará entre 23% e 43% no acumulado de quatro anos. A pasta ressaltou que o governo melhorou a oferta em todos os cenários e que os professores terão aumentos acima da inflação estimada em 15% entre 2023 e 2026.
A proposta anterior previa reajuste zero em 2024, 9% em 2025 e 3,5% em 2026. Somado ao reajuste linear de 9% concedido ao funcionalismo federal no ano passado, o aumento total chegaria a 21,5% no acumulado de quatro anos.
(Com Agência Brasil).
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