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Moedas

Real digital está mais próximo do que parece e não será uma criptomoeda

Se tudo correr como o planejado, moeda virtual poderá ser lançada entre o fim de 2024 e o início de 2025, diz BC. Estudos estão a todo vapor

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A digitalização da economia parece ser um caminho cada vez mais inevitável. O surgimento das chamadas criptomoedas, que se tornaram extremamente populares nos últimos anos, é um exemplo. Mas a própria adesão ao Pix, que revolucionou as formas de pagamento, reafirma como a praticidade da tecnologia caiu no gosto popular. Afinal, o mecanismo implicou no desuso gradual das cédulas. Em breve, um novo projeto que deve ter impacto neste meio é o do Real digital, cujos estudos já estão em andamento.

Diferentemente do que se pensa, o Real digital não é uma criptomoeda, mas uma representação digital das cédulas em papel que circulam na economia. A diferença está no fato de que os próprios usuários regulam as criptomoedas, enquanto o Real digital terá o Banco Central (BC) como instituição reguladora. A moeda virtual permitiria aos bancos converter o dinheiro físico que recebem em ativos intangíveis. O processo é chamado de “tokenização”. Dessa forma, clientes poderiam usar divisas digitais sem a necessidade de trocar os recursos que recebem ou mantêm nas contas por CBDC, uma espécie de passivo direto da autoridade monetária.

Cronograma
Durante o evento “Encontro Lift: Real Digital”, realizado em Brasília nesta semana, o coordenador do projeto no BC, Fábio Araújo, apostou na finalização dos estudos no segundo trimestre de 2023. Assim, seria possível iniciar o projeto piloto, com duração de aproximadamente 12 meses. “Depois desse período a gente espera ter uma visibilidade melhor. Se tudo der certo a gente lança o real digital no fim de 2024, início de 2025. Isso se tudo der certo, é muito desafiador”, ressaltou.

Já o diretor de Regulação do BC, Otávio Damaso, disse que a moeda digital do Brasil será a principal ligação entre o sistema financeiro atual e o que está sendo construído. Para ele, as vantagens do novo sistema serão a diminuição de despesas, a maior lisura nos processos e a chance de extrair valor de ativos. E aí estão inclusos tanto os que já integram o sistema financeiro quanto os que atualmente estão fora mas poderão entrar.

Araújo ainda comentou que durante o projeto piloto “é praticamente certo que teremos algum título público sendo negociado [pelo sistema Selic]”. O Lift é o Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas e conta com a participação do Fenasbac (Federação Nacional de Associações de Servidores do Banco Central). O objetivo é avaliar casos de uso da moeda digital emitida pelo BC e sua viabilidade tecnológica, buscando entender o que é necessário adaptar das regras tradicionais.

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