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Agronegócio

Renda de exportador brasileiro cresce apenas 7,3% em uma década

Estudo da Funcex aponta desvalorização do real e aumentos de custos, como fatores

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Reflexo da baixa rentabilidade auferida pelo exportador brasileiro, a receita das vendas externas nacionais apresentou aumento de apenas 7,3% em uma década, (no comparativo entre janeiro e novembro de 2022 com igual período de 2012), de acordo com dados divulgados hoje (3) pela Fundação Centro de Estudo do Comércio Exterior (Funcex).

Tal retorno inexpressivo, segundo a fundação, tem origem na forte desvalorização do real, durante o referido decênio, em decorrência do aumento de custos, tanto internos quanto externos – há dez anos, um dólar custava R$ 1,95, que passou a R$ 5,15, no ano passado.

Autora do estudo e economista da Funcex, Daiane dos Santos explicou que “depois do início da covid, houve uma tendência de alta dos preços dos produtos que o Brasil exporta e uma depreciação do real, mas o custo corroeu todo o ganho dessas duas variáveis.

Outra conclusão do levantamento é no sentido de que a pandemia provocou a ‘desorganização’ do comércio internacional, a ponto de provocar a interrupção das cadeias globais de fornecimento de itens. Como resultante, houve aumento de custos dos negócios entre os países, acarretando elevação dos preços dos insumos e das commodities, assim como dos custos de frete e de aluguéis dos contêineres.

Como reforço à essa tese, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) aponta que, em 2022, 90% das importações brasileiras corresponderam a insumos, bens intermediários e bens de capital. De igual forma, levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado em dezembro último, mostra que a participação de insumos importados teve 24,3% de participação do total utilizado pela indústria.

Por setores não industriais, na agropecuária – em geral, menos dependente de insumos importados – a rentabilidade avançou 26%, de 2012 a 2022, enquanto que na indústria extrativa, esta recuou 10% e subiu 6%, na de transformação.

Diante desses resultados, o superintendente de desenvolvimento industrial da CNI, Renato da Fonseca acentua que “no setor de alimentos, papel e celulose, a desvalorização cambial até ajuda, mas isso não é verdade para parte da indústria que depende de muito insumo importado”.

Já para o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, o déficit da balança comercial brasileira de manufaturados vem crescendo de forma contínua. “No ano passado, atingimos um recorde: um déficit de US$ 128 bilhões”, revela.

Sou um profissional de comunicação com especialização em Economia, Política, Meio Ambiente, Ciência & Tecnologia, Educação, Esportes e Polícia, nas quais exerci as funções de editor, repórter, consultor de comunicação e assessor de imprensa, mediante o uso de uma linguagem informativa e fluente que estimule o debate, a reflexão e a consciência social.

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