Retomada de produção de aço na China não garante avanço do minério de ferro

A obtenção de melhores margens de lucro para o aço, retomada de produção pelas siderúrgicas chinesas, e a decisão destas de manterem baixos, de ‘forma persistente’ os estoques do derivado.

A despeito desses fatores positivos, o minério de ferro apresentou desempenhos mistos, na sessão desta quinta-feira (18), a exemplo da bolsa de mercadorias e futuros de Dalian (China), em que o contrato mais negociado para setembro da commodity exibiu alta de 1,91% (maior percentual desde 20 de abril), cotado a 746,5 iuanes ou US$ 108 a tonelada.

Em contrapartida, na bolsa de Cingapura, o minério de ferro de referência para junho próximo (SZZFM3) recuou 0,73%, para US$ 107,35 dólares a tonelada, após atingir a máxima de três semanas, de US$ 108,14 dólares ontem (17).

No paralelo, pesquisa realizada junto a 114 usinas chinesas mostrou que o estoque de minério sintetizado importado havia registrado baixa pela terceira semana consecutiva, aí incluindo uma queda semanal de 1%, ao nível de 24,19 milhões de toneladas, na sessão desta quarta-feira (18), segundo informações da consultoria Mysteel. Em consequência, a queda total de estoques, desde o fim de abril, chega a 7,6%, conforme divulgou a agência britânica Reuters, levando em conta dados fornecidos pela Mysteel.

Outra informação relevante em circulação no mercado dá conta de que algumas usinas na província chinesa de Shanxi (norte do país) teriam reiniciado as operações de altos-fornos, antes suspensas, informou relatório da consultoria Shanghai Metals Market (SMM).

Já a taxa de utilização da capacidade de alto-forno, entre as usinas pesquisadas, teria subido para 94,05%, também nessa quarta (17), acima do patamar da semana anterior, de 93,73%, acrescentou comunicado da SMM.

Para analistas da Huatai Futures, em nota, “a redução dos estoques (de produtos siderúrgicos) entre as siderúrgicas se acelerou desde maio, quando margens melhores encorajaram as usinas a construir posições para matérias-primas, dando suporte aos preços”. Na avaliação de especialistas, o contraste de tendências entre as bolsas de Dalian e de Cingapura se deveria a um ‘ajuste de avaliação’.

No que toca a outros insumos siderúrgicos, o destaque coube ao carvão metalúrgico DJMcv1, que valorizou 0,21% e o coque DCJcv1, que aumentou 0,63%. Já o vergalhão cresceu 0,3% na Bolsa de Futuros de Xangai SRBcv1; a bobina laminada a quente SHHCcv1 subiu 0,53%; o fio-máquina SWRcv1 teve alta de 0,58% e o aço inoxidável SHSScv1 aumentou 0,3%. Sobre o movimento de alta do setor, analistas da Huatai observam que “a recuperação das matérias-primas forneceu algum suporte de custo para os preços do aço”.