Economia
Risco de expansão da Guerra no Oriente Médio ‘aquece’ cotações do petróleo
Tipo WTI aumentou 2,8% a US$ 85,54 o barril e o tipo Brent subiu 2,47% a US$ 89.20 o barril
A percepção de que a eventual expansão do conflito no Oriente Médio poderá implicar, mais adiante, uma crise de oferta global de petróleo, favoreceu o viés de alta do petróleo, na sessão desta sexta-feira (27), o que não impediu que este acumulasse queda na semana.
Como reflexo, o petróleo tipo WTI (referência ianque) com vencimento para dezembro próximo, avançou 2,8% (+US$ 2,33) a US$ 85,54 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), o tipo Brent (referência global) para janeiro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), subiu 2,47% (+US$ 2,15), a US$ 89,20 o barril. No comparativo semanal, porém, o WTI recuou 2,88% e o do Brent baixou 3,21%.
À medida que as forças terrestres de Israel avançavam na Faixa de Gaza e às dos EUA bombardeavam, nessa quinta-feira (26) à noite, alvos militares ligados ao Irã na Síria, as cotações da commodity exibiam valorização.
Em continuidade, nessa sexta (27), foram ampliadas as sanções estadunidenses contra o Irã, tendo em vista restringir o financiamento ao grupo terrorista Hamas. Em resposta, o ministro iraniano de Relações Exteriores, Hossein Amir-Abdollahian, deixou claro que grupos aliados ao país persa estariam ‘prontos’ para atacar, caso o conflito prossiga.
Dessa forma, a perspectiva de maior envolvimento dos EUA e do Irã no conflito – com direito a interrupções na operação e de sanções a setores petrolíferos locais – poderá impor restrições à oferta global. “Qualquer sinal de confrontos fora de Gaza tipicamente se manifestará em preços mais altos de petróleo”, previu a consultoria Marex, em relatório nessa sexta (27).
Ainda assim, as incertezas em relação ao aprofundamento da crise geopolítica, nos últimos dias, acabaram predominando, o que determinou a queda da cotação da commodity na semana. Para a consultoria Capital Economics, prevaleceu a percepção do mercado, no sentido de que o ‘prêmio de risco’ do conflito atual seria menor do que o de guerras anteriores na região.
Embora considere que ‘as sanções econômicas’ tenham mais peso, a consultoria endossou o parecer de que “qualquer sinal de que os outros países da região estão se tornando mais envolvidos no conflito faria com que os preços do petróleo subissem acentuadamente”.
A analista de Inteligência de Mercado da Stonex, Isabela Garcia, destacou que a retração da demanda ianque por petróleo e combustíveis, aliada à ‘fraqueza’ econômica da Europa, são outros fatores que exercem pressão de recuo do petróleo.
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