Rússia limita exportação de insumos e fertilizantes agrícolas

Não bastasse a China, agora foi a vez da Rússia anunciar que vai limitar as exportações de fertilizantes e insumos agrícolas. A medida, que começa a ser coloca em prática a partir de dezembro, deve vigorar por um período de pelo menos seis meses.

Segundo Mikhail Mishustin, primeiro-ministro russo, a decisão foi tomada para garantir o abastecimento interno, mediante a falta dos itens em todo o mundo. “Para evitar uma escassez de fertilizantes, reflexo da alta de preços do gás natural e, portanto, um aumento de preços dos alimentos na Rússia, o governo está temporariamente restringindo a exportação de fertilizantes nitrogenados e compostos à base de nitrogênio, por instrução do presidente”, disse ele em nota divulgada no site do governo.

Dessa forma, a Rússia país vai impor cotas para as exportações de fertilizantes em 5,35 milhões de toneladas e de nitrogenados em 5,9 milhões.

A medida pode impactar o Brasil, que adquire os itens do país, especialmente o cloreto de potássio. Só nos primeiros nove meses deste ano, mais de 2,62 milhões de toneladas de KCl russo foram importadas para o território brasileiro, o que representa cerca de 29% do total de fertilizantes recebidos aqui.

De acordo com a consultoria americana StoneX, o nitrato de amônio (NAM), um dos produtos mais utilizados pelos brasileiros e que tem a Rússia como único fornecedor deve faltar no mercado. “Avaliando as estatísticas de exportações russas, concluímos que a medida repercutirá em redução média de 8% na oferta de nitrogenados do país [para o mercado global] e de 3,5% na de fosfatados formulações complexas”, informou.