Saiba o que fazer ao identificar compras indevidas em seu cartão de crédito

Se você identificou prováveis compras indevidas na internet com o seu cartão de crédito, o primeiro passo é entrar em contato com seu banco rapidamente para barrar a compra. Assim, a instituição financeira irá analisar como aquele gasto foi realizado. O cliente também deverá ir até uma delegacia fazer um boletim de ocorrência, visto que ele pode estar diante de um crime como cartão clonado, dados vazados ou furtados, ou ainda aplicativos invadidos.

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Alcir Pompone, aposentado de 70 anos, viveu uma situação parecida. Ele estava internado enquanto enfrentava uma doença cardíaca, quando seu cartão de crédito acusou 13 compras realizadas em um aplicativo de comida. Ele e seus familiares acabaram se assustando e logo contataram o banco. “As compras foram feitas enquanto eu estava na UTI. Como eu poderia ter feito? O cartão e o celular estavam em casa, e as compras foram realizadas no estado do Rio de Janeiro, com um número de celular de lá”, disse o aposentado.

O banco reconheceu a ilegitimidade de dez das 13 compras, entretanto, as outras três foram cobradas nas faturas posteriores. “Meu filho ligou para o banco, reclamou e pediu que eles analisassem as datas, os locais, meu padrão de compras. Não fazia sentido cancelar dez compras e deixar as outras três”, contou.

Entretanto, o fato não foi resolvido. Pompone conta que o banco alegou não ter capacidade para fazer nada, visto que o aplicativo indicava que ele teria feito a compra. O aposentado decidiu que não iria pagar o valor, que chegava a R$ 840, e sim, apenas os itens que o próprio gastou.

Alcir ainda relata ter reclamado ao Procon, ao qual o banco deu a mesma explicação, mas chegou a dizer que retiraria a cobrança, o que não aconteceu. O idoso seguiu recebendo ligações de cobranças da instituição.

Questionado sobre o assunto, o Uber Eats disse que contatou Alcir Pompone e que teria feito a solicitação de estorno e cancelamento das operações, e que o aposentado deveria ligar para o banco para ter mais detalhes. O banco Celetem, por sua vez, disse que recebeu a afirmação da Uber para estorno e que iria consertar a situação o mais rápido possível.

O que fazer?

Quando perceber uma compra que não foi feita pelo titular ou com seu consentimento, o usuário deverá, rapidamente, impugnar a compra junto ao banco.

Segundo o advogado e professor de direito do consumidor na era digital, Marco Antônio Júnior, com esse aviso, o banco deverá abrir um processo de sindicância para identificar como foi feita aquela compra e em quais condições ela foi efetuada. Ele acrescentou que o consumidor deverá também fazer o registro do boletim de ocorrência, já que muitas compras indevidas são originadas de fraudes.

O especialista ainda destacou a importância de realizar o registro da ocorrência policial, pois assim, com o auxílio de imagens de câmeras de segurança e identificação do local onde a compra foi feita, o dono do cartão pode provar que não foi ele quem efetuou a compra.

A instituição financeira deverá analisar se aquelas compras são relacionadas com o perfil do cliente, como, por exemplo, horários em que ele costuma utilizar o cartão. Neste caso, se a pessoa não tem o costume de realizar compras na madrugada e forem identificadas transações neste horário, o banco tem que estar alerta a isto e indicar como uma suspeita de fraude.