Cotidiano
Sua música favorita revela sua personalidade?
A música que você ouve e gosta pode revelar muito sobre as suas características pessoais. Estudo analisou a correlação com pessoas de diferentes continentes.
Já há algum tempo, os cientistas tentam descobrir relações entre o gosto musical das pessoas e determinados traços de personalidade. Pode até parecer algo impossível de se revelar, mas acredite: existe uma causalidade entre uma coisa e outra.
Um artigo publicado no Journal of Personality and Social Psychology, em 2022, analisou o caso em diferentes continentes do mundo. O que ficou evidenciado, a princípio, é que as correlações entre tipos de personalidade e gêneros musicais são basicamente as mesmas, independente do local onde as pessoas vivem.
Com essa conclusão, é possível dizer, por exemplo, que a música que parece agradável para um introvertido que vive na Ásia tem grandes chances de despertar o mesmo apreço por um introvertido que vive na Europa.
O estudo
Os pesquisadores utilizaram uma estrutura de análise que é bastante usual para avaliar preferências musicais. Ela agrupa os gêneros em cinco tipos diferentes: suave, despretensioso, sofisticado, intenso e contemporâneo.
No gênero suave, por exemplo, entram estilos como: soft rock e R&B. O despretensioso inclui música country, enquanto o sofisticado, intenso e contemporâneo contemplam jazz, rock e rap, respectivamente.
Em complemento a isso, os tipos de personalidade também são agrupados em cinco tipos, conforme um modelo de análise também popular na psicologia. São eles: abertura, consciência, extroversão, agradabilidade e neuroticismo.
As pessoas que se encaixam nessas personalidades tendem a ser inventivas, diligentes, extrovertidas, amigáveis e nervosas, respectivamente.
Dados coletados
A partir de dois estudos independentes, os pesquisadores conseguiram chegar a um resultado. O primeiro analisou dados de quase 285 mil pessoas, moradoras de 53 países.
As informações foram coletadas a partir de um questionário online em que os participantes avaliaram a própria preferência por gêneros musicais em troca de feedbacks sobre suas personalidades.
O segundo estudo avaliou dados de mais de 71 mil pessoas, de 36 países. Essas informações foram coletadas em um outro site, onde os entrevistados preencheram um questionário, a partir da escuta de clipes de áudio e diferentes gêneros.
Os clipes foram mostrados de uma forma que reduzia a chance de os participantes terem alguma experiência anterior com eles. Com isso, foi possível eliminar uma questão básica: o preconceito.
Relação entre as duas coisas
A partir da análise de todos esses elementos, os autores do estudo encontraram várias correlações importantes. Por exemplo: é mais provável que um ouvinte de gêneros musicais suaves seja uma mulher, enquanto um ouvinte de música intensa seja um homem.
No caso da música suave, existe certa prevalência de mulheres, nos países estudados, mas no caso da música intensa existe uma divisão. Homens do hemisfério ocidental tendem a gostar mais de música intensa, enquanto homens do oriente, com exceção da Austrália, não gostam tanto.
Em relação à faixa etária, os idosos têm pouca tolerância com música intensa, preferindo ouvir gêneros suaves, despretensiosos ou sofisticados. As preferências deles são semelhantes a de uma pessoa que vive na Ásia, independentemente da idade.
Já no caso dos negros e latinos, as respostas deles, basicamente, giraram em torno de estilos de música contemporânea.
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