Agronegócio
Terceirizada da JBS nos EUA é multada por explorar trabalho infantil
Megaempresa brasileira na área de proteínas agora protagoniza mais um escândalo de prática laboral predatória
Século 21, Estados Unidos, país mais rico do planeta é residência de trabalho infantil. Velha conhecida no país por exploração de mão de obra de menores, a JBS (JBSS3) – multinacional brasileira do setor de proteínas, uma das ‘campeãs nacionais’ do início da era petista, recheada de casos de corrupção e práticas de desmatamento – teve sua terceirizada na Terra do Tio Sam, a Packers Sanitation, multada em US$ 1,5 milhão por empregar menores em suas unidades de processamento de carnes, de diversas empresas.
De acordo com reportagem publicada pelo jornal O Globo, em conjunto com seu colega ianque New York Times, uma investigação empreendida pelo Departamento de Trabalho dos EUA, descobriu que crianças, na faixa de 13 a 17 anos, trabalhavam em turnos noturnos (o período não seria casual, mas proposital, para encobrir o crime), em 13 fábricas nas partes Sul e Centro-Oeste do país norte-americano.
Nessa condição desumana, a Packers – considerada uma das maiores empresas de limpeza de fábricas estadunidenses – teria “contratado” ilegalmente 102 crianças, submetidas a jornadas extenuantes de alta periculosidade, mediante a limpeza de frigoríficos e abatedouros, com alto índice de contaminação por bactérias, o que é ainda mais grave, se tratando de pessoas com sua defesa imunológica ainda em formação. De acordo com a reportagem binacional, somente a JBS era contratante da Packers, embora também tenham sido citadas as empresas dos EUA, Cargill, Tyson Foods e Buckhead Meat.
Em resposta, a JBS declarou “desconhecer’ que as crianças trabalhavam na limpeza das fábricas, acrescentando, de forma extremamente genérica e fria, em carta enviada ao O Globo, que “exige de seus parceiros a adesão aos mais altos princípios éticos, seguindo seu código de conduta de associados de negócios”.
Devido à repercussão negativa crescente do caso na opinião pública, mais tarde, a JBS anunciou “o cancelamento do contrato com a empresa terceirizada (Packers), além da contratação de uma auditoria independente, em todas as suas instalações, para avaliar minuciosamente essa situação”.
Sem fazer qualquer comentário sobre uma eventual indenização às crianças exploradas ou sobre algum contato que tenha feito com as respectivas famílias, a JBS se limitou a declarar que companhia confere “tolerância zero para trabalho infantil, discriminação ou condições de trabalho inseguras”.
O ‘bom-mocismo’ do conglomerado brasileiro contrasta com a dura realidade de quem tem a ‘sorte’ de conseguir uma vaga em uma de suas fábricas. Na verdade, a JBS exportou a desumanidade das condições de trabalho do Brasil (a ‘chave’ de sua riqueza por aqui) para os EUA, onde seus ‘colaboradores’ são obrigados a trabalhar de forma insalubre, em ambientes fechados, com oxigênio rarefeito, portando uniformes ensanguentados, além de se sujeitarem a alterações súbitas no horário de trabalho e contraírem queimaduras que lhes provocam danos permanentes nos tendões, devido à exposição prolongada a temperaturas congelantes, todos os dias.
Indiferente às sequelas físicas deixadas pelos ambientes glaciais de seus frigoríficos, a JBS ainda obriga seus trabalhadores a colocar as mãos numa água gelada, antes de iniciarem a jornada, pois o que importa para a empresa é que os operários consigam cumprir o trabalho até o fim.

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