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Saúde

Um novo método para acabar com a poluição da água

Processo criado por pesquisadores da Califórnia, nos Estados Unidos, utiliza material impresso 3D e bactérias poluentes.

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Cientistas da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, encontraram um jeito inusitado para combater a poluição da água. Isso porque eles pretendem utilizar as cianobactérias, que costumam ser associadas justamente ao contrário, ou seja, ao ato de poluir, e não de despoluir.

As cianobactérias estão diretamente ligadas à proliferação de algas-verdes-azuladas, geralmente responsáveis por impedir a entrada de oxigênio em lagos e rios, culminando na morte de animais aquáticos.

A pesquisa realizada pelos cientistas encontrou uma maneira de reverter essa situação, utilizando as próprias bactérias contra elas mesmas. Eles desenvolveram um material impresso em 3D que incorporará os micróbios e, posteriormente, servirá para purificar a água poluída. O processo se conclui com as cianobactérias se autodestruindo.

Pode até parecer algo improvável, mas é isso mesmo que você leu. Vamos explicar melhor o procedimento nas linhas abaixo. Acompanhe!

Material 3D

O material criado pelos cientistas é feito de um polímero natural derivado de algas, chamado “alginato”. De acordo com as informações divulgadas pelo site da Universidade da Califórnia, em San Diego, ele precisa ser combinado com cianobactérias vivas para funcionar.

As bactérias utilizadas no estudo foram modificadas geneticamente para produzir uma enzima chamada “lactase”. Ela é capaz de desconstruir substâncias poluentes na água, como corantes, antibióticos e farmacêuticos. Você pode encontrar mais informações no link poluentes na água.

O material 3D tem o formato de um waffle. Ele foi confeccionado em um tamanho adequado para acomodar as cianobactérias e mantê-las próximas da superfície, onde terão acesso a oxigênio, nutrientes e luz solar.

No teste feito pelos cientistas, os resultados foram satisfatórios. O método conseguiu neutralizar, por exemplo, o índigo carmim presente na água. Esse é um corante tóxico geralmente utilizado em fábricas de jeans e que acaba sendo despejado em rios e lagos.

Etapa seguinte: morte das bactérias

Confirmada a eficácia do procedimento, os pesquisadores se debruçaram, então, sobre o destino que seria dado às cianobactérias. Como elas foram modificadas artificialmente, não seria adequado mantê-las na água, pois isso poderia causar um desequilíbrio no ecossistema.

A solução encontrada por eles começa já no processo de modificação genética. Os cientistas injetaram uma proteína nas bactérias que tem o poder de destruir corpos unicelulares quando são expostos à teofilina, que é uma substância química natural.

A teofilina, no entanto, não está presente naturalmente em rios e lagos. O desafio dos pesquisadores, agora, é encontrar uma forma de fazer com que a proteína atue e as bactérias se autodestruam, mas com outros estímulos, conforme o ambiente seja despoluído.

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), com especialização em Comunicação Digital, e que trabalha há 14 anos como repórter e redator

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