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Uso de filtros nas redes sociais pode virar pauta no Congresso? Entenda!

Efeitos do uso exagerado de artifícios de edição de fotos e vídeos nas redes sociais já viraram tema de leis reguladoras em vários países.

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Os filtros das redes sociais, aqueles que ficaram famosos no Snapchat, depois no Instagram e agora no TikTok, estão cada vez mais aprimorados.

De pequenas correções à mudança completa da estrutura do rosto, tudo é possível hoje. O alerta essencial, no entanto, é que eles podem ser prejudiciais para a saúde mental dos usuários.

Reação

O caso é tão sério que alguns países decidiram adotar medidas para regular o uso de filtros e elaboraram legislações próprias sobre o assunto.

Já ficou comprovado que o uso excessivo pode provocar a doença chamada Dismorfia de Selfie. Além disso, eles contribuem para aumentar a pressão estética sobre jovens e reforçar padrões de beleza, muitas vezes, inalcançáveis.

Um estudo da YMCA britânica revelou que dois terços dos jovens se sentem pressionados pelos padrões apontados na internet. Não à toa, os parlamentos de vários países já começaram a reagir e elaborar leis para contornar essa situação.

Legislações

Na Noruega e em Israel, por exemplo, fotos que forem manipuladas por filtros devem informar o público sobre isso, assim que forem utilizadas em publicidades nas redes sociais.

Na França, os parlamentares avaliam a adoção de uma lei que vai aplicar regras semelhantes para registros de fotos e vídeos com influenciadores, sob pena de multa de até US$ 325 mil (mais de R$ 1,5 milhão) ou seis meses de prisão.

No Reino Unido, o debate também já foi iniciado. E a tendência é de que esse tipo de discussão se dissemine em vários outros locais do planeta, inclusive no Brasil.

Beleza irreal

Os filtros “vendem” uma beleza que não é realidade. Todas as pessoas têm espinhas, poros dilatados e impurezas na pele. Isso é algo normal, natural.

Nas redes sociais, porém, existe a necessidade de se esconder essas “falhas”. Com a crescente proliferação de influenciadores digitais, isso ficou ainda mais evidente. Eles usam e abusam desses artifícios.

Especialistas apontam, no entanto, que esse comportamento pode trazer sérias consequências psicológicas para quem utiliza filtros e, também, para quem vê e se sente pressionado a conquistar ou ter o mesmo padrão.

Dismorfia de Selfie

A frustração, ao perceber a irrealidade e a dificuldade de alcance, pode gerar a chamada Dismorfia de Selfie. Uma pesquisa da organização juvenil britânica Girlguiding descobriu que um terço das meninas entre 11 e 21 anos não postam mais fotos sem antes editá-las ou utilizar filtros.

À medida que essas publicações “filtradas” ganham espaço, elas reforçam padrões estéticos e, ao mesmo tempo, que geram um prazer momentâneo diante da aceitação e dos likes conquistados, elas também afetam a autoestima de outras pessoas.

O sentimento de não conseguir incorporar em si as exigências e requisitos desses ideais de beleza podem desencadear a depressão. Esse assunto já foi, inclusive, pauta da revista científica JAMA Facial Plastic Surgery.

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), com especialização em Comunicação Digital, e que trabalha há 14 anos como repórter e redator

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