Varejo cresce 8% em junho, com recuperação alavancada por supermercados

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na última quarta-feira, 12, as vendas do varejo cresceram 8% em junho, comparadas ao mês de maio, cuja alta recorde foi de 14,4%. Porém, ainda que com duas altas consecutivas, o setor encerrou o primeiro semestre de 2020 com queda de 3,1%, ante o mesmo período de 2019. 

Os números são reflexo das medidas de distanciamento social para evitar o contágio da Covid-19. O resultado semestral é o mais baixo desde o segundo semestre de 2016, quando assinalou um encolhimento de 5,6%. 

“Os resultados positivos eram esperados porque viemos de uma base de comparação muito baixa, que foi o mês de abril (-17%). Esse crescimento foi praticamente generalizado, distribuído em quase todas as atividades. Desde o começo da pandemia, a gente bate muitos recordes, tanto negativos quanto positivos, então os números estão muito voláteis”, frisou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

Áreas tidas como essenciais, por exemplo, farmácias e supermercados, não sentiram tanto os impactos do distanciamento social quanto os demais segmentos. “O setor de hipermercados pesa muito no indicador. Nesse mês a participação dele foi de 50,8%. Essa variação grande e volátil das outras atividades foi contida por esse setor e segurou o índice em 8%”, acrescenta Santos.

Em relação a junho de 2019, as vendas do varejo apresentaram crescimento de 0,5% em junho de 2020. A força da retomada das vendas surpreendeu analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que calculavam uma alta mediana de 4,90% em junho, comparada com maio. No varejo ampliado, que abrange as áreas de veículos e material de construção, o volume comercializado avançou 12,6% em junho, ante maio deste ano.