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Agronegócio

Venda de carne bovina para a China está suspensa há 46 dias

O Ministério da Agricultura aguarda uma decisão da China mesmo depois de a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) ter reafirmado o status de “risco insignificante” para a vaca louca

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Nesta quarta-feira (20), a suspensão das vendas de carne bovina para a China completou 46 dias. As exportações foram interrompidas pelo Brasil no dia 4 de setembro, após o Ministério da Agricultura identificar dois casos do mal da vaca louca em Belo Horizonte (MG) e Nova Canaã do Norte (MT).

Os casos se tratam da contaminação atípica, que ocorre por uma mutação genética e, portanto, não indica infecção de todo o rebanho. Ainda assim, não há expectativas de retomada nas vendas, gerando reflexos no mercado brasileiro, como quedas na exportação da proteína e no preço do boi gordo.

De acordo com o Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), os casos notificados não representam risco para a cadeia de produção bovina do país, e não fizeram com que o Brasil perdesse a classificação como país de risco insignificante para a doença.

O Ministério da Agricultura aguarda uma decisão da China mesmo depois de a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) ter reafirmado o status de “risco insignificante” para a vaca louca.

Mesmo que os casos identificados não apresentem risco de contaminação, o próprio governo brasileiro determinou a suspensão e atendeu a um protocolo sanitário firmado com a China, que em caso de identificação da doença, prevê uma interrupção do comércio de carne.

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em relação ao mesmo período de 2020, em setembro desde ano, a tonelada de carne bovina exportada por dia útil caiu pela metade em outubro, devido a paralisação das vendas.

O Brasil vendeu cerca de 8,9 mil toneladas de carne na média diária em setembro de 2021. Já em outubro, o país registrou 4,5 mil toneladas de carne na média diária, comparada a 8,1 mil toneladas em outubro do ano anterior.

De acordo com o analista da Scot Consultoria, Felipe Fabbri, após um recorde mensal de vendas em setembro, a expectativa é fechar o mês em torno das 4 mil toneladas diárias.

Segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, a cotação do boi gordo chegou a R$ 267,8 nesta segunda-feira (18), menor valor diário desde o dia 30 de dezembro. De acordo com Lygia Pimentel, CEO da consultoria Agrifatto, com mais carne no mercado brasileiro, o preço da arroba bovina deve cair ainda mais. “Esse movimento, entretanto, não deve se refletir ao consumidor. De janeiro de 2020 a agosto de 2021, por exemplo, o preço do boi subiu 60%, enquanto nos mercados subiu 40%. Então acredito que o varejo vai aproveitar esse momento para recompor margem de lucro”.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, enviou uma carta ao ministro-chefe da Administração Geral de Alfândegas da China (GACC), nesta terça-feira (19). Segundo a carta, a ministra se coloca à disposição para ir à China tratar pessoalmente da retirada da suspensão de carne bovina, entretanto, Tereza Cristina ainda aguarda resposta da autoridade chinesa.

Jornalista desde 2015. Pós graduada em Comunicação e Marketing desde 2020. Contadora de histórias desde sempre.

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