XP: presença do Itaú em conselho afeta governança

Um ano após a separação, persiste sem solução o acerto que mantém o direito do Itaú (ITUB4) de manter dois de seus executivos nas reuniões do conselho de administração da XP, o que tem gerado grande desconforto de ambas as partes. A sensação adversa se acentuou após a XP, uma plataforma de investimentos de porte internacional, ingressar na bolsa norte-americana de tecnologia, a Nasdaq, em Nova Iorque.

Governança afetada – No entendimento da XP, a presença dos executivos em seus conselhos, certamente ‘atrapalha muito a governança da companhia’, porque é nesse momento que os planos estratégicos são definidos, os quais seriam compartilhados pela controladora dos principais concorrentes da XP, representada pelo Itaú.

Mundo estranho – “Ter o controlador de um de nossos maiores competidores, em nosso conselho, onde se definem estratégias de longo prazo, remuneração da administração, e vários tópicos relevantes, do ponto de vista de perpetuidade do nosso negócio não é o melhor dos mundos”, admitiu o sócio e diretor financeiro da XP, Bruno Constantino, ainda comemorando a estreia dos papéis da XP na bolsa brasileira dessa segunda-feira (4).

‘Não abro mão’ – O presidente da Itausa, holding do grupo Itaú, Alfredo Setubal já adiantou que não ‘abre mão’ de participar do conselho da XP, ao menos com dois assentos, já que é assim que “acompanha de perto os rumos dos investimentos de longo prazo da instituição”, o que prenuncia uma solução não tão breve do que gostariam as instituições envolvidas.

Valor maior – Uma das soluções aventadas para o problema – que teve início a partir da negativa do Banco Central (BC) às pretensões do Itaú adquirir integralmente a XP – seria a XP ajudar a Itaúsa a encontrar um interessado em comprar sua participação. Tal investidor, porém, teria de estar disposto a pagar um valor maior do que o desembolsado pelo Itaú, quando adquiriu participação acionária na XP.