IBGE: Pesquisa levanta dados sobre o desemprego no país

Registrada em julho, a baixa representa 1,4 ponto percentual comparada ao primeiro trimestre de 2022, encerrado no mês de abril. Esses dados são baseados no levantamento da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgado pelo IBGE nesta quarta-feira, 31.

Além disso, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística aponta que 98,7 milhões de cidadãos brasileiros exercem atualmente alguma atividade laboral, configurando o menor índice da série da taxa de desocupação, equivalente a 9,1%, desde dezembro de 2015.

Vale lembrar que, de acordo com a metodologia usada pelo IBGE na PNAD Contínua, o desemprego se refere às pessoas acima de 14 anos, com idade para trabalhar, mas que estão disponíveis e tentam encontrar trabalho. Desta maneira, alguns grupos de pessoas, embora não possuam um emprego, não podem ser consideradas desempregadas, é o caso de universitários, donas de casa e empreendedores.

A coordenadora da PNAD, Adriana Beringuy, sugere que a queda no desemprego está relacionada à volta das atividades do comércio e à ampla disseminação de empregos de veículos automotores e motocicletas, que registrou acréscimo 3,7%, configurando 692 mil pessoas ocupadas no setor.

“Essas duas atividades, de fato, foram destaques, mas cabe ressaltar que nenhum grupo de atividade econômica apresentou perda de ocupação. Ou seja, todos os setores adicionaram pessoas ao mercado de trabalho”, diz a coordenadora.

No levantamento anual, os setores de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura não aumentaram o número de pessoas ocupadas.

Trabalhadores sem Carteira de Trabalho

O número de trabalhadores sem carteira no setor privado atingiu um recorde histórico, subindo 4,8% em relação ao trimestre encerrado em abril, passando para 13,1 milhões, segundo o IBGE.

Por outro lado, a taxa de emprego informal caiu, tendo 39,8% da população ocupada em relação a 40% registrado no trimestre anterior. A população sem trabalho manteve-se estável em 64,7 milhões em julho.

Renda média volta a crescer

Após dois anos de estagnação ou queda, a receita real habitual voltou a subir e chegou a R$ 2.693 no trimestre encerrado em julho. Adriana Beringuy explicou que, em relação ao trimestre anterior, o aumento foi de 2,9%, embora tenha sido 2,9% inferior ao mesmo período de 2021.

“A última vez que houve crescimento significativo foi há exatos 2 anos, no trimestre encerrado em julho de 2020”, lembra Adriana.