Sorvete ‘Cetro do Rei’, o mais caro do mundo: o que tem de diferente?

Sim, o sorvete italiano tem ouro como um dos seus ingredientes. Ele também é composto por açúcar, gema de ovo e leite, que são misturados e vão direto para o fogo. O Cetro do Rei ou “Screttro del Re” é o mais famoso de uma gelateria italiana, e a comercialização do produto só é feita por encomenda, pois precisa de 72h para o sabor maturar.

O preço, é claro, assusta logo de cara, por não existir luxo ou sequer existir glamour na Mokambo Gelateria, que fica na cidade italiana de Ruvo di Puglia. Os responsáveis por ela, Vicenzo Parapella e Giuliana Parapella, afirmam que o preço alto é pela qualidade exemplar dos ingredientes. O açafrão, que também faz parte da receita “Screttro del Re”, é fornecido pelo Madhhad, localizado no nordeste do Iraque, e a grama gira em torno de 55 euros.

Os ingredientes que compõem todo os sorvetes são garantidos pelos donos de que são feitos de modo especial: tudo de primeira linha, mas existem sorvetes mais em conta na loja.

Foto: Reprodução/Instagram

O negócio de Vicenzo e Giuliana é gerido pela família junto com o tio Franco Parapella e começou a ser pensado quando encontraram um antigo caderno de receitas que estava na família há tempos, que pertencia a um tio-avô dos proprietários, que era um empresário que se chamava Luigi Marseglia.

A receita e o começo da gelateria

A história teve seu início quando Marseglia, nascido em 1889, que vivia em Nápoles, abriu um comércio na cidade que se chamava Gran Caffè Gambrinus, uma confeitaria.

A ideia até chegar ao sorvete composto de ouro envolve um romance como nas grandes novelas: aos 20 anos, Marseglia se apaixonou por uma mulher que residia em Ruvo di Puglia e mudou-se poucos anos para o município em que residia a amada, levando consigo os negócios que acabaram se espalhando por lá. O Gran Caffè se tornou bar e hotel.

O sobrinho, Vicenzo Paparella, era um dos funcionários de Marseglia e deixou o emprego para servir ao exército. Depois de cumprir com as missões do serviço militar, Vicenzo quis voltar ao emprego e percebeu que o tio empresário já estava aposentado, e que a confeitaria estava de portas fechadas.

Assim, em novembro de 1967, tendo o tio Marseglia como inspiração, Vicenzo lançou a primeira loja da Mokambo. Quando o tio faleceu em 1984, os negócios passaram para os filhos Franco e Antonio, que seguiram durante dez anos como sócios, até que Franco passou a tocar a empresa sozinho e, depois, desistiu dos negócios e fechou a loja.

Após vinte anos longe dos negócios, Franco decide voltar à ativa com o casal de sobrinhos Vicenzo e Giuliana.