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Como o fastfashion se utiliza de trabalho escravo para lucrar mais
O fastfashion foi criado para produzir rapidamente, para que as peças sejam consumidas e descartadas de forma igualmente acelerada.
O fastfashion é um termo que vem para explicar um estilo de moda rápido, como diz sua tradução literal. São peças que são produzidas rapidamente, para que sejam consumidas de forma rápida e descartadas de forma igualmente acelerada.
Mesmo que você não conheça esse termo, você com certeza conhece lojas que trabalham com o fastfashion, tais como a Shein. Essa é uma grande varejista chinesa que vende artigos de moda por preços acessíveis até mesmo para quem mora do outro lado do mundo.
O crescimento da Shein se deu por atrair muito os jovens, com peças das últimas tendências da moda. Mesmo com o preço do dólar e as taxas, comprar na varejista ainda possui um preço mais vantajoso. A loja teve grande divulgação por meio das mídias sociais, tais como Tiktok e Instagram.
O uso do fastfashion é o que barateia as roupas vendidas pela loja chinesa. Com a Revolução Industrial, a produção têxtil foi alavancada, graças à diminuição dos custos com mão de obra e também dos materiais. Dessa forma, surgiu o conceito de produzir roupas de forma rápida, para que chegue ao consumidor, seja utilizada e descartada rapidamente.
No entanto, o fastfashion acaba trazendo diversos malefícios, sendo um deles ligado diretamente ao descarte das roupas. Isso porque tinturas de baixa qualidade, toneladas de tecido, plástico e metais pesados são descartados. Isso torna a indústria da moda a segunda maior poluente do mundo.
Além de causar um prejuízo notável à natureza, o fastfashion traz um problema ainda maior. A utilização de mão de obra escrava na moda. O que acontece inclusive na Shein.
Mão de obra escrava
Em 17 de outubro, a emissora britânica Channel 4 lançou um documentário chamado “Inside Shein Machine: UNTOLD” (Tradução: Dentro da máquina Shein: o que não é dito). Que ganhou espaço na mídia e na internet.
Para produzir esse documentário, a emissora infiltrou um de seus repórteres, Panyu, numa das fabricas da varejista chinesa. Essa fábrica se encontra em Guangzhou.
Lá foi descoberto que os funcionários têm direito a uma folga por mês, trabalham mais de dezoito horas por dia, produzindo cerca de 500 peças de roupa diariamente e ganham em média apenas R$ 0,20 por peça produzida. E ainda, o primeiro pagamento é retido pela empresa.
Esse trabalho é análogo à escravidão e não cumpre nenhuma lei trabalhista chinesa. As leis sobre trabalho na China preveem que o trabalhador poderá trabalhar no máximo 40 horas semanais, podendo fazer 36 horas extras por mês e com pelo menos uma folga semanal. Mensalmente, deveria receber cerca de US$ 4 mil.
A maior parte dos funcionários são imigrantes. No documentário é possível notar a tristeza, a luta contra o sono, as mulheres lavando seus cabelos nos horários de intervalo e comendo pequenas porções de comida.
A Shein afirma preocupação com as empresas que fornecem o serviço, visto que a que foi gravada no documentário é terceirizada e afirma que isso viola o código de conduta que previamente teria sido acordado entre as empresas.
Mas a Shein não é a única grande empresa que segue a tendência fastfashion; temos outros grandes nomes como GAP, Zara, Renner, H&M, Riachuelo, entre outras marcas.
Uma das características principais, depois do grande índice de poluição causado por esse conceito, é o trabalho análogo à escravidão. De 75 milhões de trabalhadores das indústrias da moda, apenas cerca de 2% deles ganham um salário decente.
Além disso, ainda existe o trabalho infantil. A Organização Internacional do Trabalho fez um levantamento que mostra que cerca de 260 milhões de crianças estão empregadas em todo o mundo. Dessas, cerca de 170 milhões estão abaixo da idade mínima permitida.
O trabalho infantil é proibido por lei em diversos países, no entanto, ainda acontece, principalmente nos países mais pobres. A indústria fastfashion e o consumismo acelerado são os causadores das empresas procurarem cada vez mais mão de obra barata, encontrando-a em imigrantes e crianças.
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