Investimentos
Americanas pode decretar recuperação judicial nas próximas horas, diz comunicado
A Americanas disse que não conseguiu acessar parte de sua posição de caixa na quarta-feira. Recuperação judicial pode ser decretada nas próximas horas.
A varejista brasileira Americanas SA (AMER3.SA) disse nesta quinta-feira que está considerando pedir concordata depois de descobrir quase US$ 4 bilhões em inconsistências contábeis na semana passada.
“Embora ainda não tenha sido decidido, a administração está trabalhando com a possibilidade de nos próximos dias ou possivelmente nas próximas horas aprovar o arquivamento, em caráter emergencial, de pedido de recuperação judicial”, disse a Americanas em comunicado.
A Americanas acrescentou que a atual posição de caixa é de R$ 800 milhões (US$ 154,25 milhões), depois que uma decisão judicial permitiu que um credor retivesse dinheiro da empresa.
O credor BTG Pactual (BPAC3.SA) obteve na quarta-feira uma decisão judicial anulando parte da proteção da Americanas contra credores, uma medida que o varejista disse que “prejudicaria sua viabilidade”.
As lojas da Americanas são onipresentes nos shoppings brasileiros. A unidade de comércio eletrônico da empresa, que operava como uma empresa separada antes de uma recente reestruturação, é uma das principais varejistas online do país.
Na semana passada, o presidente-executivo Sergio Rial renunciou menos de duas semanas depois de assumir o cargo citando a descoberta de “inconsistências contábeis” totalizando 20 bilhões de reais (US$ 3,9 bilhões).
Rial, ex-chefe do braço brasileiro do Banco Santander, atribuiu as inconsistências a diferenças na contabilização do custo financeiro de empréstimos bancários e dívidas com fornecedores.
O diretor financeiro André Covre, que também havia acabado de ingressar na Americanas, também deixou a empresa, que tem três bilionários brasileiros que fundaram a 3G Capital – Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles – como acionistas de referência.
A Americanas disse que não conseguiu acessar parte de sua posição de caixa na quarta-feira “sem explicação do banco onde os recursos são depositados”, acrescentando que recorrerá da decisão judicial.
Acrescentou que a decisão “prejudica seus esforços para encontrar uma solução de curto prazo com seus credores”. O credor Banco Bradesco SA (BBDC4.SA) também disse que pediu a um tribunal do Rio de Janeiro que só permitisse que a Americanas sacasse fundos do banco com aprovação prévia.
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