Pix, sistema do Banco Central, deve se tornar internacional entre 2022 e 2033

O Pix nem começou a funcionar no Brasil, mas já está fazendo sucesso. No primeiro dia de cadastros do novo sistema do Banco Central (BC), 3,5 milhões de chaves foram registradas. Além disso, a solução deve se tornar internacional entre 2022 e 2023. 

A informação foi revelada por João Manoel Pinho de Mello, diretor de organização do sistema financeiro do BC. De acordo com ele, a instituição financeira tem intenção de permitir transferências internacionais através da tecnologia. A nova função deve ser disponibilizada após aprovação da nova legislação cambial, que está em tramitação no Congresso. No momento, outras funcionalidades devem ser priorizadas, como saque em comércios varejistas. 

Ainda não há um planejamento específico para essa ampliação do Pix, justamente por não ser a prioridade do BC no momento. “Dada a agenda abrangente, a internacionalização do PIX fica para depois. E também faz sentido ter a internacionalização do PIX após a lei cambial”, disse o diretor. 

A atual lei cambial foi decretada em 1920, ou seja, completa 100 anos em 2020. A atualização dessa legislação deve ser aprovada ainda esse ano e pretende consolidar, simplificar e modernizar a estrutura vigente dos câmbios, impulsionando o comércio exterior. 

Otávio Ribeiro Damaso, diretor de regulação do BC, destaca que a aprovação vai trazer ganhos ao país. “Hoje, a legislação cambial atrapalha muito o fluxo internacional”, afirmou em evento virtual promovido por Focaccia Amaral Lamonica (FAS) Advogados. 

Os clientes que desejam cadastrar suas chaves devem acessar o aplicativo da instituição financeira em que têm conta e fazer o registro vinculando uma das três informações: número do celular, e-mail ou CPF/CNPJ. Essas chaves vão agilizar a forma de fazer transferências, ao passo em que o Pix elimina a necessidade de informar vários dados para enviar dinheiro para alguém.