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Finanças

Juros altos do crédito! Como uma dívida de R$ 500 vira R$ 2,6 mil em 1 ano

Fique atento às regras do cartão e à progressão da fatura. Os juros compostos do crédito rotativo atingiram o maior patamar desde 2017.

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Os juros dos cartões de crédito, muitas vezes, escondem uma verdadeira armadilha. É preciso ter cuidado ao utilizá-los e planejar bem os pagamentos para evitar dívidas grandes, no longo prazo.

Uma conta média, por exemplo, de R$ 500 pode ficar muito mais cara em apenas um ano. Em fevereiro deste ano, os juros médios rotativos do crédito saíram de 417,4% ao ano para 430,5%, conforme dados do Banco Central. Ou seja: 14,92% ao mês.

Esse é o maior índice desde março de 2017. Com esse valor acima de 430%, o crédito rotativo fica sujeito a juros compostos. Isso significa que todo mês a dívida progride a partir do valor registrado no mês anterior, e não no valor inicial.

Crédito rotativo

Na prática, o crédito rotativo funciona como uma espécie de empréstimo. Ele é utilizado e cobrado quando cliente deixa de fazer o pagamento total da fatura até a data do vencimento.

Quanto mais estender essa dívida, pior fica. No mês seguinte, serão acrescidos os juros ao valor da fatura e seguirá nessa “bola de neve” até que você consiga quitar. Os juros do crédito rotativo estão entre os mais altos.

Em um comparativo banco a banco, segundo o Banco Central, a taxa mais alta é cobrada hoje pela financeira Omini (22,65% ao mês). No Banco do Brasil, por exemplo, a taxa é de 14,78%.

Regras e condições

Existe, ainda, uma outra situação a qual o usuário de cartões deve ficar atento. Se ele deixar de pagar o mínimo da fatura, a conta estará sujeita não só aos juros, mas também a uma multa de 2%.

Quando o pagamento mínimo é feito, significa que o cliente está fazendo um novo contrato de crédito com a instituição. Informar-se bem sobre as regras do serviço de crédito é essencial para evitar ciladas.

Exemplo de progressão da dívida

Ao longo de 12 meses, uma conta de R$ 500, valendo-se do juro composto de 14,92% ao mês, pode chegar a mais de R$ 2,6 mil ao final de um ano. Veja a evolução:

Dívida inicial: R$ 500,00

1º mês: R$ 574,60

2º mês: R$ 660,33

3º mês: R$ 758,85

4º mês: R$ 872,07

5º mês: R$ 1.002,19

6º mês: R$ 1.151,71

7º mês: R$ 1.323,55

8º mês: R$ 1.521,02

9º mês: R$ 1.747,96

10º mês: R$ 2.008,75

11º mês: R$ 2.308,46

12º mês: R$ 2.652,88

Como evitar o endividamento

Alguns cuidados podem ser adotados para evitar o descontrole financeiro. O mais básico deles é fazer uma lista das despesas e categorizá-las como obrigatórias e não obrigatórias.

Com os aplicativos e as plataformas que atualizam a evolução da fatura em tempo real, está mais fácil de monitorar a dívida. Faça compras de maneira consciente e sabendo quanto você tem para gastar.

O cartão de crédito pode ser utilizado para as mais diversas compras, mas é preciso ter cuidado para não exagerar. Saiba que a fatura gerada entrará nas suas despesas do mês seguinte e deverá ser quitada. Por isso, é importante tem um limite de gastos.

Se for parcelar algo, pense no futuro. Você não estará comprometendo demais a sua renda nos meses seguintes? Será possível pagar tranquilamente? Existem outras compras já parceladas? Calcule e veja se está dentro do orçamento.

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), com especialização em Comunicação Digital, e que trabalha há 14 anos como repórter e redator

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