Economia
Descubra o real custo dos seus sapatos e perfumes: impostos podem surpreender
Descubra como a alta carga tributária em produtos no Brasil afeta o varejo e a economia. Estudo do IDV revela números surpreendentes.
Uma pesquisa recente, conduzida pelo Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), trouxe à luz a impactante realidade dos impostos sobre produtos de consumo no Brasil.
Ao analisar uma ampla gama de setores, desde eletrônicos até vestuário e beleza, os resultados expõem a carga tributária substancial que afeta tanto o varejo quanto a nossa economia como um todo — incluindo o nosso bolso nas comprinhas do dia a dia.
Impacto nos setores-chave
Os produtos eletrônicos fabricados localmente enfrentam uma carga tributária de até 142,98%, considerando toda a cadeia produtiva.
Já quando falamos nos segmentos de vestuário e calçados, em que a concorrência com sites de compras estrangeiros é intensa, os impostos chegam a 92%. Enquanto isso, brinquedos sofrem uma carga de 128%, e produtos de beleza de 130%.
Em meio a essa discussão, a carga tributária sobre alimentos, produtos de higiene pessoal e produtos para animais de estimação também foi analisada, revelando números igualmente impactantes.
Influência nas decisões governamentais
O IDV pretende utilizar esses dados para pleitear uma revisão nas políticas de importação, especificamente a isenção de impostos para compras de até US$ 50 em plataformas de e-commerce internacionais. O presidente do IDV, Jorge Gonçalves Filho, argumenta que a competição deve ser equitativa e que as alíquotas de importação devem refletir isso.
A pesquisa foi feita em colaboração com o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). Foram utilizadas fontes de dados públicos, como a Receita Federal e o IBGE, além de uma extensa base de dados contendo milhares de notas fiscais. O objetivo era mapear os impostos efetivos que incidem em todas as fases da cadeia produtiva.
A pesquisa também destacou os “impostos invisíveis”, que se acumulam ao longo da cadeia produtiva. Esses impostos, relacionados à mão de obra e energia elétrica, não podem ser compensados nas fases subsequentes, resultando em uma carga tributária significativa.
O IDV alerta para possíveis consequências negativas, caso a isenção de impostos de importação continue. A expansão dessa isenção pode acarretar na perda de empregos e na diminuição da arrecadação tributária, prejudicando os esforços de equilíbrio das contas públicas.
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