Economia
Atividade econômica fraca garante terceira queda seguida de juros futuros
Enquanto taxa DI para janeiro de 2025 caiu para 10,455%, para janeiro de 2029, ela foi a 10,71%
A desaceleração da atividade econômica – apontada pelo recuo de 0,06% do IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), também chamado de ‘prévia do PIB, de setembro – colocou em segundo plano o alívio nos prêmios e determinou a terceira queda seguida dos juros futuros, na sessão desta sexta-feira (17).
Como resultante, na ‘ponta curta’, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 ‘encolheu’ de 10,495%, no ajuste da véspera, para 10,455%; a do DI para janeiro de 2026 recuou de 10,20% para 10,17%; a do DI para janeiro de 2027 desceu de 10,34% para 10,30%, e a do DI para janeiro de 2029 baixou de 10,75% para 10,71%. No cômputo semanal, as taxas perderam 30 pontos.
Ao desafiar a correção em alta dos preços do petróleo e a desvalorização do câmbio, o mercado de juros manteve as taxas baixas, desde cedo, que assim permaneceram, mesmo após a piora nos Treasuries (papéis do Tesouro dos EUA), quando o rendimento da T-Note zerou a queda, passando a subir no início da tarde.
Suporte na abertura – O entendimento de analistas é que as taxas receberam suporte logo na abertura, ante à queda inesperada do IBC-Br em setembro ante agosto, que frustrou as ‘apostas’, em torno de uma alta de 0,2% no comparativo, sem contar as revisões, a maior parte, para baixo, do indicador da atividade econômica, pelo Banco Central (BC).
Segundo a autoridade monetária, o IBC-Br apresentou redução de 0,64% no terceiro trimestre do ano (3T23), o que foi considerado “fator bastante negativo, uma vez que a variação trimestral guarda boa correlação histórica com o desempenho do PIB trimestral”, observaram os economistas do BTG Pactual, em comentário a clientes.
Para analistas, a moderação apresentada pela atividade econômica sobre a inflação conferiria ‘alguma segurança’ a posições aplicadas em DI, mesmo que a trajetória do IBC-Br não tenha exercido maior influência sobre o ritmo dos cortes da Selic (taxa básica de juros).
Expectativa ‘adequada’ – Desse modo, a expectativa de corte gradual de 0,5 ponto percentual da Selic, nas próximas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária) parece continuar ‘adequada’. Na semana, a precificação da curva convergiu para a projeção de que a Selic deva encerrar o ciclo (dos cortes) abaixo do patamar de 10% ao ano.
Reforçando tal pensamento, mais cedo, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, considerou um ‘erro’ qualquer alteração na meta do resultado primário, o que geraria um ‘custo de credibilidade indesejável’. Em lugar disso, o dirigente monetário ressaltou que a Selic deverá continuar no ‘o campo restritivo’. “Não vamos desenhar uma trajetória, porque achamos que há tanta incerteza que esse desenho não teria o valor esperado positivo em termos de comunicação”, explicou.
A respeito do recuo do IBC-Br, Campos Neto avaliou que esse desempenho não altera as expectativas para o crescimento econômico para este ano e no próximo. “Já existia a percepção de que esse trimestre teria uma desaceleração”, concluiu.
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