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Saudi Aramco registra queda de 44,6% no lucro do 3° tri
Preocupações com os efeitos da pandemia sobre a demanda por energia derrubou os preços das ações de petrolíferas neste ano.
A Aramco, petroleira estatal saudita, divulgou nesta terça-feira seu balanço, que mostra encolhimento de 44,6% no lucro líquido do terceiro trimestre, conforme a crise do coronavírus continuou a afetar a demanda e derrubar as cotações do petróleo.
Em meio a preocupações de investidores com a pressão da pandemia sobre a demanda por energia e com uma esperada migração dos combustíveis fósseis no longo prazo, os preços de ações de empresas petrolíferas despencaram neste ano.
Mas os preços do petróleo se recuperaram apenas discretamente após tombarem para os menores níveis em quase vinte anos em março, o que levou a Aramco e outras gigantes petrolíferas como Shell e BP a reduzir investimentos neste ano e no próximo.
O lucro líquido da Aramco caiu para 44,21 bilhões de reais (11,79 bilhões de dólares) nos três meses encerrados em 30 de setembro, pressionado por margens mais fracas de refino e produtos químicos. O número está de acordo com a projeção de analistas de 44,6 bilhões de reais, segundo dados da Refinitiv, mas aquém dos 79,84 bilhões de reis registrados em igual período do ano passado.
“Vimos os primeiros sinais de recuperação no terceiro trimestre devido à melhora da atividade econômica, apesar dos ventos contrários que os mercados globais de energia enfrentam”, disse Amin Nasser, presidente-executivo da Saudi Aramco.
As ações da Aramco tocaram alta de 1% após os resultados. Mesmo com recuo acumulado de 2,3% no ano, a empresa está melhor do que Exxon, BP e Shell, cujos papeis tiveram queda superior a 50%, e Chevron, que cedeu 40%.
Os números são resultados, em parte, do desempenho geral do mercado de ações saudita, no qual a Aramco está listada, e do fato de que a companhia garantiu o pagamento de dividendos, dizem analistas.
A Aramco afirmou que distribuirá 18,75 bilhões de dólares em dividendos para o trimestre, alinhado com sua expectativa de pagar um dividendo base de 75 bilhões de dólares em 2020.
Mas a Aramco provavelmente terá que elevar sua dívida no curto a médio prazo, ou reduzir ainda mais investimentos, para que mantenha os dividendos, a não ser que os preços do petróleo subam para pelo menos 55 dólares por barril, opinou o analista de ações Yousef Husseini, do banco de investimento EFG-Hermes.
Os dividendos da maior empresa produtora de petróleo do mundo, listada em bolsa no ano passado, são vitais para ajudar o governo saudita a administrar seu déficit fiscal.
Os preços mais altos do petróleo elevaram quase dobraram o lucro líquido da Aramco ante os 24,62 bilhões de reais no segundo trimestre, embora a empresa tenha notado que isso foi compensado, em parte, por uma redução nos volumes vendidos.
A petroleira teve fluxo de caixa livre de 12,4 bilhões de dólares no terceiro trimestre, contra 6,1 bilhões no segundo trimestre.
A Arábia Saudita tem cortado sua produção de petróleo desde maio visando apoiar os preços da commodity, seguindo um pacto de corte de oferta global feito entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados, grupo conhecido como Opep +.
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