Economia
Déficit primário em junho fica em 2,44% do PIB
Levantamento do BC.
O setor público consolidado apresentou um déficit de R$ 40,9 bilhões em junho de 2024, valor inferior ao déficit de R$ 48,9 bilhões registrado no mesmo mês do ano anterior, conforme informado pelo Banco Central (BC) em Brasília ontem.
No acumulado dos últimos 12 meses, o déficit totalizou R$ 272,2 bilhões, o que representa 2,44% do Produto Interno Bruto (PIB) e é 0,08 ponto percentual (p.p) menor do que o déficit registrado até maio.
Em junho, o governo central, que inclui o Tesouro Nacional, a Previdência Social e o próprio BC, registrou um déficit de R$ 40,2 bilhões, enquanto as empresas estatais tiveram um déficit de R$ 1,7 bilhão. Em contrapartida, os governos regionais apresentaram um superávit de R$ 1,1 bilhão.
Os juros nominais do setor público não financeiro consolidado, calculados por competência, somaram R$ 94,9 bilhões em junho de 2024, em comparação com R$ 40,7 bilhões no mesmo mês de 2023. Esse aumento significativo foi influenciado pelos resultados das operações de swap cambial, que resultaram em uma perda de R$ 28,6 bilhões em junho de 2024, contra um ganho de R$ 20,5 bilhões no mesmo mês do ano anterior.
Déficit primário
No acumulado de 12 meses até junho de 2024, os juros nominais totalizaram R$ 835,7 bilhões, correspondendo a 7,48% do PIB, em comparação com R$ 638,1 bilhões ou 6,06% do PIB no período anterior. O resultado nominal do setor público consolidado, que inclui tanto o resultado primário quanto os juros nominais apropriados, foi deficitário em R$ 135,7 bilhões em junho. No acumulado de 12 meses, o déficit nominal alcançou 9,92% do PIB, totalizando R$ 1.108 bilhão, em comparação com um déficit de R$ 1.061,9 bilhão (9,56% do PIB) acumulado até maio de 2024.
O BC também informou que a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) fechou junho em 62,2% do PIB, equivalente a R$ 6,9 trilhões, um aumento de 0,1 p.p. do PIB no mês. Este aumento foi resultado dos impactos dos juros nominais apropriados (+0,8 p.p.), do déficit primário (+0,4 p.p.), da desvalorização cambial de 6,1% no mês (-0,7 p.p.), e da variação do PIB nominal (-0,3 p.p.). No ano, os principais fatores que contribuíram para a elevação da DLSP foram os juros nominais (+4,1 p.p.), o reconhecimento de dívidas (+0,2 p.p.), o crescimento do PIB nominal (-1,7 p.p.) e a desvalorização cambial de 14,8% (-1,6 p.p.).
DBGG
A Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG), que inclui o Governo Federal, o INSS e os governos estaduais e municipais, atingiu 77,8% do PIB (R$ 8,7 trilhões) em junho de 2024, um aumento de 1,1 p.p. do PIB em relação ao mês anterior. Este crescimento foi impulsionado principalmente pelos juros nominais apropriados (+0,6 p.p.), pelas emissões líquidas de dívida (+0,6 p.p.), pela desvalorização cambial (+0,3 p.p.), e pela variação do PIB nominal (-0,4 p.p.). No acumulado do ano, o aumento de 3,4 p.p. do PIB se deve principalmente à incorporação de juros nominais (+3,8 p.p.), emissões líquidas de dívida (+0,9 p.p.), desvalorização cambial (+0,6 p.p.) e crescimento do PIB nominal (-2,1 p.p.), conforme informado pelo Banco Central.
(Com Agência Brasil).
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