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Petrobras entra no mercado de etanol com planos de parceria

‘Em conversa com 5 ou 6 empresas’.

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Após surpreender o mercado em novembro de 2024 com o anúncio de sua volta ao setor de etanol, a Petrobras (PETR3; PETR4) está buscando parcerias estratégicas com grandes produtores do biocombustível. A presidente da estatal, Magda Chambriard, afirmou em entrevista ao jornal Estadão que está em conversas com cinco ou seis empresas do setor, embora ainda não haja um prazo para o fechamento das negociações. Essa reentrada da Petrobras no mercado de etanol remonta à década de 1970, quando a estatal inicialmente demonstrou interesse pelo segmento.

Chambriard justifica a decisão de investir no etanol como uma resposta às tendências do mercado de combustíveis, observando que, com a transição energética, as vendas de gasolina tendem a cair, o que torna o biocombustível uma alternativa estratégica e competitiva. “Nem só de eólica e solar vive o homem”, comentou a presidente, ressaltando que a Petrobras tem “no DNA a molécula”, fazendo alusão à sua expertise no setor de energia. Ela também destacou que seu objetivo é tornar a empresa uma “noiva cobiçada” no mercado energético, buscando garantir a relevância da Petrobras como produtora de energia no Brasil.

Atualmente, o etanol tem 27% de participação na gasolina, e a expectativa é de que esse percentual cresça nos próximos anos, impulsionado por iniciativas como a de Chambriard. A Petrobras responde por 31% da energia primária consumida no Brasil, e a presidente prevê que a participação da empresa no setor se manterá estável nos próximos 25 anos, com 23% proveniente de fontes fósseis e 8% de fontes renováveis.

Petrobras: Parceria

Em relação à parceria para a produção de etanol, a presidente da Petrobras não revelou os nomes das empresas com as quais está em negociação, mas mencionou que não será uma operação liderada por uma estatal e que a empresa não pretende ser a acionista majoritária em uma possível joint venture. Entre os potenciais parceiros estão produtores como Inpasa, FS Bio, Tereos Brasil, São Martinho, além de empresas ligadas a petroleiras, como a Raízen (joint venture entre Shell e Cosan) e a BP Bioenergy.

Além do etanol, os planos de expansão de Chambriard incluem o fortalecimento da produção de biodiesel e combustíveis coprocessados, como o Diesel Renovável (Diesel R), um dos projetos prioritários da executiva. A produção de biodiesel deverá crescer por meio da Petrobras Biocombustível (PBio), que, após um processo de desinvestimento iniciado no governo Bolsonaro, foi retirada dessa situação no ano passado.

Chambriard também comentou que a Petrobras não tem preferência por milho ou cana-de-açúcar como matéria-prima para a produção de etanol, sinalizando flexibilidade na escolha das fontes para atender à demanda crescente por biocombustíveis no Brasil.

Redatora. Formada em Técnico Contábil e Graduada em Gestão Financeira. Contato: simonillalves@gmail.com.

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