Economia
Brasil avalia recorrer à OMC contra tarifa dos EUA ao aço e alumínio
Guerra comercial internacional.
O governo brasileiro anunciou dia 12 que está avaliando todas as possibilidades de ação no campo do comércio exterior contra a tarifa de 25% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, às importações americanas de aço e alumínio. A medida entrou em vigor hoje e poderá levar o Brasil a recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC), conforme informado em um comunicado oficial.
A OMC, instituição multilateral responsável por regular o comércio internacional, resolver disputas e negociar regras comerciais, conta com a adesão de 166 países-membros, incluindo o Brasil e os Estados Unidos. De acordo com o governo brasileiro, a taxação definida por Trump visa proteger as siderúrgicas dos Estados Unidos, tornando mais caros os produtos importados e favorecendo a concorrência local.
O Brasil, como um dos maiores exportadores de metal para os Estados Unidos, será um dos países mais afetados pela medida. De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), os Estados Unidos absorvem 54% das exportações brasileiras de ferro e aço. Em 2024, as exportações de aço e alumínio do Brasil para os EUA somaram US$ 3,2 bilhões, valor destacado em nota conjunta publicada pelos ministérios das Relações Exteriores e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Governo brasileiro manifesta desaprovação
O governo brasileiro manifestou desaprovação pela decisão dos Estados Unidos, classificando a imposição de barreiras unilaterais como “injustificável e equivocada”. Em contraposição, ressaltou o histórico de cooperação econômica entre os dois países, citando que os EUA mantêm um superávit comercial com o Brasil de US$ 7 bilhões em 2024, somente em bens. O Brasil, por sua vez, é o terceiro maior importador de carvão siderúrgico dos EUA e o maior exportador de aço semiacabado para aquele país, o que demonstra a relação de “complementaridade mutuamente benéfica”.
Em resposta, o governo brasileiro afirmou que buscará defender os interesses dos produtores nacionais, trabalhando em coordenação com o setor privado, para negociar com o governo americano.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a prioridade do governo é negociar, e não retaliar as exportações dos Estados Unidos. “O presidente Lula falou ‘muita calma nessa hora’. Já negociamos outras vezes em condições até muito mais desfavoráveis do que essa”, disse Haddad após reunião com representantes do setor, que apresentaram um relatório com argumentos para a negociação.
A Fazenda, segundo Haddad, deverá elaborar uma nota técnica com as propostas das siderúrgicas brasileiras, a ser enviada ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, para orientar as negociações com os EUA. O Instituto Aço Brasil e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) também manifestaram apoio a essa estratégia de convencimento por meio de negociações diplomáticas entre os governos.
(Com Agência Brasil).

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