Economia
Economia brasileira cresce 0,3% em janeiro, mas cenário ainda é de desaceleração
Levantamento da FGV.
A economia brasileira registrou crescimento de 0,3% em janeiro de 2025 em relação a dezembro de 2024, segundo estimativa divulgada dia 18 pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Apesar do resultado positivo, o levantamento do Monitor do PIB, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), aponta para uma evidente desaceleração no ritmo econômico, influenciada principalmente pelo cenário externo incerto e pela manutenção da taxa básica de juros (Selic) em patamar elevado.
Em comparação com janeiro de 2024, a economia brasileira apresentou expansão de 2,5%, enquanto o acumulado dos últimos 12 meses indica crescimento de 3,2%. Ainda assim, a desaceleração é perceptível quando comparada ao crescimento de 0,5% registrado na passagem de novembro para dezembro.
Segundo Juliana Trece, coordenadora da pesquisa, embora os números mostrem resultados positivos, há um processo disseminado de desaceleração. “A elevação da incerteza externa, aliada à alta taxa de juros interna com tendência de aumento ao longo do ano, sinalizam dificuldades de crescimento dos setores mais relacionados ao ciclo econômico, como o industrial e o de investimentos”, explica.
Cenário internacional e impacto nos negócios
O cenário de incerteza internacional está diretamente ligado ao retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, ocorrido em janeiro deste ano. Desde que reassumiu o cargo, o republicano vem adotando uma série de medidas protecionistas, como a taxação de aço e alumínio de países parceiros, o que afeta diretamente as exportações brasileiras. Especialistas alertam que essas ações podem desencadear uma recessão global, pressionando ainda mais a economia nacional.
Além disso, a manutenção da Selic em 13,25% ao ano continua sendo um fator de peso para a economia interna. A taxa alta, utilizada pelo Banco Central para conter a inflação, desestimula o crédito e o consumo, reduzindo a demanda e pressionando o desempenho econômico. A expectativa de um novo aumento na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para esta semana, reforça as preocupações sobre os impactos no crescimento econômico.
Dados setoriais
O levantamento da FGV também detalha o comportamento dos principais setores da economia. O consumo das famílias, por exemplo, avançou 2,6% no trimestre móvel encerrado em janeiro, mas apresentou o menor crescimento desde dezembro de 2023. A desaceleração foi impulsionada pela queda no consumo de bens duráveis, não duráveis e serviços.
Outro indicador relevante, a Formação Bruta de Capital Fixo, que reflete o nível de investimento, cresceu 8,8% no trimestre encerrado em janeiro, mas foi o quarto trimestre móvel seguido de desaceleração. No setor externo, as exportações caíram 2,5% no período, puxadas pelo desempenho negativo dos produtos agropecuários e da indústria extrativa mineral, registrando o pior resultado desde junho de 2022.
Perspectivas para 2025
Apesar dos desafios, o setor agropecuário surge como um possível alívio para a economia neste ano. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta uma safra recorde de grãos para 2024/25, com estimativa de 328,3 milhões de toneladas, representando um aumento de 10,3% em relação ao ciclo anterior. Para Juliana Trece, o bom desempenho do agronegócio pode compensar parte das perdas nos demais setores.
O Monitor do PIB da FGV é uma das principais prévias do comportamento econômico brasileiro, juntamente com o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que registrou expansão de 0,9% entre dezembro e janeiro. O resultado oficial do Produto Interno Bruto (PIB) será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 30 de maio, quando serão apresentados os dados referentes ao primeiro trimestre de 2025.
(Com Agência Brasil).

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