Mercado eleva estimativa da Selic 2021 para 5,25%, mostra Focus

Os economistas consultados pelo Banco Central (BC) para a edição do Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (12), elevaram as estimativas para a taxa Selic de 5% para 5,25% e aumentaram o consenso para o IPCA de 2021 para 4,92%.

Inflação

Os analistas mantiveram as estimativas para a inflação para o final deste ano em 4,92%, contra 4,86% na semana anterior. Há quatro semanas, o consenso era de 4,72%. A estimativa fica acima da meta de 3,75% e próxima do teto de 5,25%.

Em relação ao IPCA de 2022, as estimativas caíram de 3,61% para 3,51%, enquanto 2023 ficou em 3,25%.

PIB

Os economistas cortaram as estimativas para a alta do PIB no fim do ano, com avanço projetado de 3,08% contra 3,17% na última semana e 3,23% há quatro semanas.

Para 2022, a estimativa de expansão se manteve em 2,33%. Para 2023 e 2024, foi mantida em 2,5%.

Selic

Os economistas esperam uma taxa Selic em 5,25% para 2021, contra 5% na última semana, e de 6% em 2022.

Eles mantiveram o consenso para 2023 e 2024 em 6,25%.

Dólar

Em relação ao dólar, as apostas foram elevadas de R$ 5,35 para R$ 5,37, contra R$ 5,30 há quatro semanas.

Em 2022, as projeções foram mantidas em R$ 5,25, enquanto em 2023 ficaram em R$ 5,00.

Poupança e CDI

A Caderneta de Poupança e o CDI (Certificado de Depósito Interbancária) perderam para a inflação nos últimos 12 meses (até 31 de março).

A Poupança é o principal investimento dos brasileiros. Já o CDI é usado como referência no mercado de renda fixa. O primeiro teve rentabilidade real (descontada da inflação) negativa de 4,16%. Já o segundo, redução de 3,65%.

O levantamento foi feito pela consultoria Economatica. Mostra que o melhor desempenho no período é o do Ibovespa, alta de 50%. Muito disso se deve porque em 23 de março de 2020 o principal índice da Bolsa brasileira atingiu o fundo do poço, em meio ao início da pandemia. Depois, houve uma forte recuperação dos ativos.

Depois do Ibovespa, o ranking de investimentos mais rentáveis por 12 meses até março é seguido pelo euro (10,1%), ouro (10%) e Ifix –indicador do desempenho médio das cotações dos fundos imobiliários (7,6%).

Pelos números, significa que uma pessoa que tenha colocado R$ 1.000 na Poupança há 1 ano, teria hoje R$ 1.016,9. Já se ela aplicasse o mesmo valor em algum ativo atrelado à inflação, receberia R$ 1.061. Quem aplicou em Ouro, R$ 1.100.

Parte da perda de rentabilidade da Poupança é explicada pela queda da taxa básica de juros (Selic), atualmente em 2,75% ao ano. O investimento preferido dos brasileiros é reajustado em 70% da Selic + mais a TR (Taxa Referencial), atualmente zerada.