Economia
Dividendo global cai ao seu pior nível desde 2009
Com redução de 22%, a queda de dividendos globais foi de 108 bilhões de dólares no segundo trimestre do ano.
Neste ano, os pagamentos de dividendos das maiores empresas do mundo tiveram reduções entre 17% e 23% com a crise do coronavírus, o que pode chegar a 400 bilhões de dólares. Conforme dados do relatório da Janus Henderson, a excessão são os setores como tecnologia.
A queda de dividendos globais foi de 108 bilhões de dólares no segundo trimestre do ano, ficando em 382 bilhões de dólares. Ainda de acordo com a gestora de fundos Janus Henderson, a redução equivale a queda anual de 22%, o pior nível desde pelo menos 2009.
Com exceção da América do Norte, onde os pagamentos de empresas canadenses mostraram-se resilientes, todas as regiões tiveram dividendos menores. No âmbito mundial, 27% das empresas realizaram cortes, enquanto a Europa – região mais afetada – mais de 50% segui o mesmo caminho e dois terços os cancelaram totalmente os dividendos.
“2020 terá o pior resultado para dividendos globais desde a crise financeira global”, aponta o relatório. “Agora esperamos que os dividendos globais principais caiam 17% no melhor cenário, pagando 1,18 trilhão de dólares … Nosso pior cenário poderia ver os pagamentos caírem 23% para 1,10 trilhão.”
O Banco Central Europeu ordenou que bancos outras instituições financeiras parem de pagar dividendos, representando metade da redução de 45% no segundo trimestre da Europa, que fechou o período em 77 bilhões de dólares.
Mineradoras e petroleiras foram bastante impactadas pela queda generalizada nos preços das commodities, enquanto empresas de bens de consumo discricionários viram suas operações sofrerem pelas medidas de isolamento social. Tudo isso resultou em dividendos muito mais baixos.
Na contramão desse movimento, das empresas de tecnologia e telefonia, e de saúde não tiverem seus pagamentos afetados, pelo contrário, viram os valores subirem 1,8% e 0,1%, respectivamente.
Segundo o chefe de renda global de ações da Janus Henderson, Ben Lofthouse, o processo é um espelhamento. “As tendências de dividendos estão refletindo as tendências da sociedade e do mercado de ações no momento”. Para ele, alguns fatores-chave determinarão no futuro o quão forte será a recuperação dos dividendos.
“A grande questão para os EUA é o que acontecerá no quarto trimestre. Se muitas empresas fizerem cortes significativos em seus dividendos, os pagamentos serão fixados em um nível inferior até o final de 2021”, concluiu.
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