Ações, Units e ETF's
‘Freio’ do Fed, China reguladora e tombo nipônico influem no Ibovespa de sexta
Aqui, não aprovação da reforma do IR e destino indefinido para precatórios elevam a tensão entre investidores
Ainda sob o impacto do ‘pé no freio’ dado pelo Fed (banco central estadunidense) na maior economia mundial, a ‘obstinação regulatória’ chinesa sobre setor de tecnologia, risco viral aumentado e tombo automobilístico no Japão, o Ibovespa encerra a semana com poucas perspectivas de recuperação das perdas acumuladas nos últimos pregões, ainda mais diante do imbróglio fiscal-político-eleitoral que contaminou a visão dos negócios pátrios. Na quinta (19), o índice fechou em pequena alta de 0,45%, a 117.164,69 pontos e volume financeiro de R$ 38,823 bilhões.
Determinação governamental – No campo doméstico, impera a determinação governamental de promover alterações nos pagamentos de precatórios, de maneira a turbinar seu principal cabo eleitoral, o agora ungido Auxílio Brasil, à revelia da regra de ouro do teto de gastos, a título de programa de alcance social, e ao mesmo tempo jogando a fatura às eleições de 2022, para variar. Para agravar o já combalido quadro fiscal, a votação da reforma do Imposto de Renda (outra derrota política presidencial) na Câmara patina, sem encontrar eixo, sobretudo, devido à insistência do Planalto de carimbar uma taxação de dividendos, em plena pandemia, leia-se, crise econômica, sem contar o temor global, que se alastra mais rapidamente que a própria variante delta do covid-19.
Cresce aversão ao risco – Todos esses fatores combinados levam o investidor a ver o mercado nacional com desconfiança, reforçando a aversão ao risco, enfim, materializada pela alta volatilidade apresentada pelos mercados locais, como se tem visto. No plano da economia real, o Banco Central (BC) continua a pressionar o câmbio para defender o real diante da valorização firme da moeda ianque – na quinta, a R$ 5,42, alta de 0,86%.
Inflação sem controle – Isso porque a inflação está longe de ser controlada (IPCA projetado para 2021, já fora da meta de 5,25%), ativando o recurso óbvio da majoração sistemática da Selic (taxa básica de juros) que age como remédio preventivo, mas não curativo das sequelas político-sanitárias que atingiram a economia, cuja previsão é de uma Selic próxima a 8% ao ano no fim de 2021.
Fervor regulatório – Também pesam sobre os negócios, mas no exterior, o fervor regulatório chinês sobre os setores de tecnologia e educação, em contraponto à estabilidade do contrato futuro negociado, nessa sexta (20) na Bolsa de Dalian, na China, após cair mais de 7% na véspera, derrubando, também, a ação da Vale, que despencou 5% no Ibovespa.
Minério reage – Do mesmo modo, o minério de ferro negociado em Singapura ensaia recuperação, com alta de 5,9% (a US$ 138,30 a tonelada) nesta sexta, após amargar uma queda de 12% na véspera – mas ainda inferior ao nível mais baixo, no mês de setembro. Ainda na Ásia, o anúncio da japonesa Toyota, de que pretende cortar 40% de sua produção global, em setembro próximo, também exerce pressão negativa sobre as cotações. Depois de caírem mais de 4% na quinta, os papéis da montadora nipônica recuaram mais 4,09% nessa sexta.
‘Final de festa’ – Estrategicamente ou não, já ao fim dos negócios, às 16h, o secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal, participa de live sobre a PEC dos Precatórios (site Jota), enquanto o ministro da Economia, Paulo Guedes, participa, uma hora depois, de evento digital semelhante, promovido pela Genial Investimentos.
Veja os principais indicadores às 7h30 (horário de Brasília):
Estados Unidos
*Dow Jones Futuro (EUA), -0,36%
*S&P 500 Futuro (EUA), -0,37%
*Nasdaq Futuro (EUA), -0,21%
Europa
*FTSE 100 (Reino Unido), -0,14%
*Dax (Alemanha), -0,34%
*CAC 40 (França), -0,35%
*FTSE MIB (Itália), -0,52%
Ásia
*Nikkei (Japão), -0,98% (fechado)
*Shanghai SE (China), -1,1% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong), -1,84% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), -1,2% (fechado)
Commodities e bitcoin
*Petróleo WTI, -0,738%, a US$ 63,22 o barril
*Petróleo Brent, -0,74%, a US$ 65,96 o barril
*Bitcoin, +1,81%, a US$ 47.239,43
Sobre o minério: **Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian com alta de 0,26%, cotados a 777,5 iuanes, equivalente hoje a US$ 119,65 (nas últimas 24 horas).
USD/CNY = 6,50
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