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Dólar sofre a maior queda em mais de uma semana

Moeda norte-americana apresenta desvalorização de -1,56%, a mais forte desde 13 de agosto.

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O dólar terminou a terça-feira com forte recuo ante o real, retornando a níveis de uma semana atrás. O dólar à vista teve queda de 1,19%, para 5,5274 reais na venda, menor valor visto desde o dia 18, que foi de 5,4685 reais, representando a desvalorização percentual mais forte desde 13 de agosto (-1,56%).

A movimentação ocorreu com desmonte de posições compradas na moeda norte-americana na parte da tarde em meio a dados indicando melhora de fundamento para o câmbio sob o prisma das contas externas e num contexto em que bancos elevaram recomendação para a divisa brasileira.

A moeda bateu sua mínima da sessão,pouco depois das 16h (de Brasília), quando desceu a 5,5144 reais (-1,43%). Na máxima, alcançada às 11h16, voltou a subir a 5,6145 reais (+0,36%).

O dólar futuro tinha queda de 1,54% às 17h01 na B3, indo para 5,5270 reais.

O real liderou as altas entre as principais divisas globais nesta sessão e acompanhou o enfraquecimento do índice do dólar no exterior, com o mercado reagindo a dados fracos sobre confiança do consumidor dos EUA.

Mas no mercado a sensação era que a moeda doméstica estava inclinada a alguma correção, depois de o dólar superar 5,60 reais recentemente e saltar 9,4% em apenas cerca de um mês. “Alguma hora tem que cair”, resumiu um profissional do mercado financeiro.

O Banco Central divulgou nesta terça-feira dados sobre o balanço de pagamentos referendaram percepção de que, nesse lado, o fundamento do câmbio tem melhorado.

O superávit em transações correntes do Brasil foi de 1,628 bilhão de dólares em julho, que aponta para a uma reversão frente ao déficit de 9,790 bilhões de dólares no mesmo mês do ano passado e melhor que o superávit de 737 milhões de dólares esperado por analistas em pesquisa da Reuters. Os investimentos diretos no país (IDP) alcançaram 2,685 bilhões de dólares, um pouco acima da expectativa de 2,5 bilhões de dólares.

Para o economista-chefe do Bradesco BBI, Dalton Gardimam, o Brasil deve encerrar 2020 com superávit em conta corrente de 1,0% do Produto Interno Bruto (PIB), o que não acontece desde 2007 (+0,03%). A sobra de dólares seria o melhor resultado desde 2006 (+1,18%).

A tendência de melhora “continua forte”, diz Marcos Mollica, do Opportunity. Segundo seus cálculos, o resultado das transações correntes na média móvel dessazonalizada e anualizada de três meses está rodando a 15 bilhões de dólares positivos, contra déficit de 50 bilhões de dólares em 2019. Mollica também citou o forte investimento estrangeiro produtivo como destaque.

“Minha impressão é que, com uma sinalização minimamente aceitável no fiscal, este câmbio (o dólar) pode desmontar (cair), ainda mais com o técnico do jeito que está”, disse.

Um dos argumentos utilizados pelos bancos estrangeiros Bank of America, JPMorgan e BNP Paribas para justificar a melhora na avaliação sobre a moeda brasileira é que o posicionamento técnico contra o real está excessivo e que, nesse contexto, haveria chance de alguma correção favorável ao câmbio.

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