Ben Bernanke: conheça a história desse especialista

Ben Bernanke é um grande estudioso da Grande Depressão e do crash da bolsa de valores 1929 e, atualmente, é considerado um dos maiores especialistas nesse assunto no mundo.

E não é para menos, o economista liderou o banco central americano, Federal Reserve, durante o estouro da bolha do subprime em 2008.

Sem dúvidas, o Fed teve um papel fundamental na crise financeira de 2008 e, com Bernanke à frente da presidência, foi possível evitar que a economia dos EUA afundasse como na Grande Depressão de 1929.

Entre seus feitos, Ben, sob o comando da maior autoridade financeira, respondeu à crise com ações como o corte da taxa de juros e o anúncio de um pacote de compra de ativos.

Além da sua bem sucedida trajetória na Federal Reserve, Bernanke já escreveu com diversos artigos sobre o assunto e, em 2009, foi eleito pela revista Times como personalidade do ano.

Ficou curioso(a) para conhecer em detalhes sobre quem é esse grande homem?

Então, continue a leitura desse artigo, separamos diversos fatos sobre a trajetória de Ben Bernanke aqui!

Acompanhe.

Quem é Ben Bernanke?

Benjamin Shalom Bernanke, é um economista, professor e pesquisador norte-americano, de origem judaica, filho de um farmacêutico e de uma professora.

Ben Bernanke, como é conhecido mundialmente, nasceu em 13 de dezembro de 1953 na cidade de Augusta, no estado da Geórgia, nos Estados Unidos, entretanto, cresceu em Dillon, na Carolina do Sul.

Ben Bernanke é casado desde 1978 com Anna Bernanke e tem um casal de filhos, Joel e Alyssa.

O economista e ex-presidente do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, assumiu o cargo em 2006 em substituição de Alan Greenspan.

A sua trajetória no Fed durou dois mandatos, de 2006 a 2014. A sua primeira indicação foi o presidente republicano George W. Bush e a segunda pelo sucessor, democrata Barack Obama.

Um dos pontos de auge na carreira de Bernanke foi comandar a autoridade monetária dos EUA em meio à crise financeira internacional de 2008.

Naquele ano, ocorreu a implosão do sistema hipotecário do país.

Mesmo com toda a situação, Bernanke soube lidar bem, sendo bastante elogiado por ter evitado um tombo ainda maior e por políticas de estímulo econômico.

Todavia, como nem tudo agrada a todos, houveram críticas por ter demorado a prever o estouro da bolha das hipotecas “subprime”.

Formação

As habilidades e inteligência de Ben Bernanke surgiram desde quando ele ainda nem sonhava com a profissão que haveria de ter um dia.

De acordo com o jornal britânico The Guardian, Ben foi uma criança precoce, sendo tarjado como CDF, visto que somente com 11 anos ganhou um concurso estadual de soletrar.

Além disso, Ben se declara como autodidata em cálculo.

Com relação a sua formação, Bernanke saiu da Carolina do Sul para estudar na Universidade de Harvard (Massachusetts) onde se formou em economia em 1975.

Quatro anos depois, em 1979, Ben concluiu o seu doutorado em economia no Massachusetts Institute of Technology (MIT).

Sua tese de doutorado foi sobre a Grande Depressão, um período bastante importante da economia norte-americana, que se seguiu à quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929.

Tendo em vista seus anos de estudos dedicados a esse tema, o economista tornou-se um especialista no tema e escreveu o livro “Essays on the Grand Depressão” (“Ensaios sobre a Grande Depressão”).

Mas esse não é o seu único feito na escrita.

Além do livro, Bem é autor de outras publicações, incluindo “Princípios de Economia”, em parceria com o também professor Robert Frank.

Atualmente, essa obra é bastante utilizada por estudantes de Economia nos EUA.

Início da carreira

Desde a conclusão do seu doutorado, Bernanke seguiu a carreira acadêmica e se tornou professor de Economia, lecionando na Universidade de Stanford (Califórnia) de 1979 a 1985.

Outras instituições que tiveram a presença de Bernanke como professor foram a Universidade de Nova York (NYU) e o próprio MIT.

Na Universidade de Princeton, em Nova Jersey, Bernanke ocupou diferentes cargos, desde que iniciou sua trajetória como professor de Economia em 1985 na instituição.

Bem, foi nessa instituição que ele permaneceu pela maior parte de sua carreira acadêmica e de 1996 a 2002, ele foi diretor Departamento de Economia dessa mesma universidade.

A trajetória de Bernanke no Federal Reserve

A história de Bernanke no Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, se iniciou em 2002, quando o economista ocupou uma cadeira no Conselho de Governadores.

Já em 2005, o então presidente George W. Bush escolheu Ben para presidir o Conselho de Assessores Econômicos da Presidência.

Finalmente em 2006, no governo do republicano Bush, com a aprovação do Senado norte-americano, o economista Bernanke substituiu Alan Greenspan como presidente do Fed.

Essa mudança representou uma grande mudança no perfil do comando da Fed.

Isso porque, Greenspan era um egresso do mercado financeiro, já Bernanke vinha de uma carreira acadêmica.

A Federal Reserve na Crise de 2008

15 de setembro de 2008 foi o marco de uma das maiores crises financeiras mundiais, reconhecida como segunda-feira negra.

Naquele ano, o Lehman Brothers, um dos bancos de investimentos mais tradicionais dos EUA, foi à falência, e as Bolsas do mundo todo despencaram.

E não demorou para que um efeito cascata viesse ocorrer, outros bancos anunciaram perdas bilionárias.

Esse foi um dos períodos mais turbulentos da economia dos Estados Unidos, com meses de instabilidade elevada no mercado.

Nesse cenário, os governos dos países se organizaram para criar planos de socorro à economia, onde muitos injetaram bilhões nos bancos para reduzir as quebras em série.

Enquanto isso, Bernanke, que esteve no comando do Fed durante a crise financeira americana, zerou a taxa básica de juros para estimular a recuperação da economia, que tinha saído de um patamar de 5,25%.

Dessa forma, iniciou-se um longo período de afrouxamento monetário.

Com isso, foi possível estimular a economia norte-americana e esse processo ficou conhecido como “quantitative easing”.

Além disso, o economista autorizou injetar mais de US$ 1,3 trilhão no mercado através do programa de compra de ativos.

Para Bem Bernanke, o que impediu que a crise de 2008 tivesse resultados mais catastróficos que a Grande Depressão foi a articulação com agentes econômicos de outros países.

Ideais de Ben Bernanke

Cada economista tem a sua linha de pensamento que reflete em suas ações no mercado e Ben é um grande defensor do sistema de metas de inflação.

Outro ponto de louvor é o fato de Bem aumentar a transparência do Fed durante a sua gestão.

Ainda, de acordo com ele, a autoridade monetária precisa manter uma postura ativa na mitigação de riscos financeiros.

Mesmo com esses posicionamentos, Bernanke recebeu várias críticas por ter demorado a prever o estouro da bolha imobiliária nos EUA.

Reconhecimentos

Em 2009, Ben Bernanke foi eleito a “Personalidade do Ano” pela famosa revista Time.

De acordo com a Times, desde a turbulência nos mercados de crédito, Ben “ampliou expressivamente seus poderes e reinventou o Fed”.

Em 2013, a revista Forbes listou Ben Bernanke como a sétima pessoa mais poderosa do mundo, tendo em vista as suas ações que ajudaram a evitar um colapso econômico global.

Na publicação da Forbes, Ben foi chamado de “adulto na sala” da economia americana por sua atuação.

A vida após o Federal Reserve

Ben Bernanke permaneceu na presidência do Federal Reserve até o início de 2014.

Em seguida, o posto foi substituído por Janet Yellen, que atualmente é secretária do Tesouro dos Estados Unidos.

Depois do seu legado na Fed, Ben voltou para a sua vida acadêmica e se tornou pesquisador residente do programa de Estudos Econômicos da Brookings Institution, em Washington.

Outra ocupação do ex-presidente da Fed foi a consultoria sênior da gestora Pimco e do fundo de hedge Citadel.

Ben Bernanke ainda se mostra ativo nas questões norte-americanas.

Prova disso é que, em 2020, ele, sua sucessora e mais de 150 economistas divulgaram uma carta aberta ao Congresso dos Estados Unidos.

Na solicitação, os economistas pediam o aumento do auxílio econômico em resposta à pandemia de Covid-19.

Tanto Ben quanto Yellen estiveram presentes numa audiência da Câmara dos Deputados, em julho de 2020, e tiveram a chance de falar sobre o tema, para reiterar o apelo.

Livro

Com tantos conhecimentos e experiências, o ex-professor da Universidade de Princeton não poderia passar por essa vida sem registrar as suas memórias.

Por isso, em 2015, Bem lançou o livro “The Courage to Act: A Memoir of a Crisis and its Aftermath” (“Coragem de agir: memórias de uma crise e suas consequências”, em tradução livre).

Esse título se tornou um best-seller e, de acordo com a editora, o livro traz uma narrativa que resgata a memória do tempo em que Ben trabalhou para ajudar a resgatar a economia dos Estados Unidos.

Frases de Ben Bernanke

“Ainda temos muito a aprender sobre a melhor forma de fazer política monetária.”

“Se você quiser entender a geologia, estudar terremotos. Se você quiser entender a economia, estude a depressão.”

“Ninguém gosta de falhar, mas o fracasso é uma parte essencial da vida e da aprendizagem. Se o seu uniforme não estiver sujo, você não esteve no jogo.”

“Se você não estiver feliz consigo mesmo, até mesmo as conquistas mais elevadas não lhe trarão muita satisfação.”

“Embora a baixa inflação seja geralmente boa, a inflação que é muito baixa pode posar riscos para a economia – especialmente quando a economia está lutando.”

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