Ações, Units e ETF's
Exterior no positivo com recuo russo e IGP-10 a 16,69% pautam Ibovespa de terça
Kremlin recua e acalma mercados; commodities e combustíveis pesam em índice da FGV
Em mais um lance do xadrez russo, a retirada parcial das tropas de Putin da fronteira ucraniana, por si só, não resolve o conflito que envolve o controle geopolítico (leia-se, do petróleo) da região, mas foi suficiente, até agora, para que o mundo ‘respirasse aliviado’, na expectativa de uma solução pacífica.
Futuros dos EUA avançam – Para os mercados, no entanto, o gesto do Kremlin contribuiu para que os índices futuros dos EUA avançassem em uníssono, nessa sessão de terça-feira (Dow Jones, +0,83%; S&P 500, +1,07%; Nasdaq, +1,42%), em contraponto ao petróleo, que recuava forte além dos 3% (tipo brent, com vencimento em abril cotado a US$ 93,38 por barril).
Ibovespa futuro acompanha – Seguindo a mesma tendência, o Ibovespa futuro subia 0,36% aos 114.365 pontos, com a taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 caindo de 11,36% para 11,32%; o DI para janeiro de 2025 recuando de 11,48% para 11,43%; e o de janeiro de 2023 descendo de 12,488% para 12,425%.
Vibe positiva europeia – A maré positiva também contagiou as praças europeias, com o britânico FTSE 100, +0,75%; o DAX alemão, +1,41%; o francês CAC 40, +1,27% e o italiano FTSE MIB, +1,36%. No início dessa sessão (15), o índice Stoxx Europe 600 ganhava 1,25%, em meio à alta observada em todos os setores que compõem o índice pan-europeu.
Ásia indistinta – Mesmo sem direção distinta, as bolsas asiáticas replicaram a reação de Wall Street, após o alívio das tensões no Leste Europeu, mas também pela decisão do Banco Central da China (PBoC, na sigla em inglês), de manter em 2,85% a taxa básica de juros (referente a crédito de um ano) do império do centro. Na avaliação da consultora financeira holandesa ING, a decisão da autoridade monetária chinesa significa parada no processo de afrouxamento monetário iniciado ao final do ano passado.
Mais cortes – “O BC chinês manteve a taxa de juros hoje, mas há mais cortes vindo por aí”, afirma a economista-chefe para a China do ING, Iris Pang, ao acrescentar que “não será preciso segurar a respiração por muito tempo”, emendou, citando a data de 20 de fevereiro, quando serão atualizadas as taxas de empréstimo de um e cinco anos (LPR).
Mais tempo – Em outro ângulo, Iris Pang explica que “a decisão do PBoC decorre da necessidade de a “a autoridade monetária precisar de tempo para ver o impacto dos cortes já anunciados e avaliar o melhor momento para novas reduções”. Por fim, a economista-chefe da ING conclui que “provavelmente não é o fim da história de cortes de juros na China”, acentuando que “uma maior flexibilização da política monetária é importante e esperamos que o PBoC continue agindo de forma proativa para aliviar a pressão negativa sobre o crescimento da economia”.
Montanha russa – No momento em queda, o petróleo descreveu, nos últimos dias, sem trocadilho, a trajetória de uma verdadeira ‘montanha russa’, após atingir máximas históricas de sete anos, ontem (14), em meio à elevação da temperatura na região europeia em conflito, em que seus principais tipos recuaram (WTI, -2,13%, a US$ 93,43 o barril e Brent, -1,86%, a US$ 94,69 o barril).
Metralhadora regulatória – Atingindo pela ‘metralhadora regulatória’ de Pequim, os preços do minério de ferro literalmente ‘afundam’ mais de 9% na bolsa de commodities chinesa de Dalian, após esta anunciar que dobrará a taxa de transação para alguns contratos futuros, a partir de amanhã (16). A iniciativa teria o intuito de ‘conter as suspeitas de manipulação de preços’ da commodity.
Sem especulação – Também recua 6,25% o contrato do minério de ferro, negociado para maio próximo na bolsa chinesa de Dalian, por conta do alerta lançado pela Administração Estatal de Regulação do Mercado na China (SAMR, na sigla em inglês) e por outros órgãos de regulação do país, para que as empresas locais “não fabriquem, nem publiquem informações falsas sobre a commodity ou mesmo contenham ou acumulem estoques, com vistas ao aumento dos preços”.
IGP-10 a 16,69% – Na agenda tupiniquim, entre as notícias mais relevantes o destaque é o avanço de 1,98% do Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) em fevereiro corrente, superior, portanto, ao patamar de 1,79% apresentado em janeiro último, divulgou a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Com o resultado – que teve o peso do aumento das commodities e dos combustíveis no atacado – o indicador acumulado em 12 meses já chega a 16,69%. No mesmo período, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) – que mede o comportamento dos preços no atacado e responde por 60% do IGP-10 – saltou 2,51%, acima, inclusive, dos 2,27% registrados em janeiro.
Minério e soja pesam – De acordo com o coordenador dos índices de preços da FGV, André Braz, “os grandes destaques para a aceleração da taxa do IGP são importantes commodities e combustíveis: minério de ferro (8,06%), soja (7,32%), milho (9,22%) e óleo diesel (7,71%), que com 65% do resultado do IPA”. Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10), responsável por 30% do IGP-10, o recuo foi de uma alta 0,40%, em janeiro, para 0,39% este mês.
Produção industrial encolhe – Outro indicador relevante da economia brazuca foi o pequeno recuo (de 43,3 pontos para 43,1 pontos) do índice de evolução da produção industrial, de dezembro último para janeiro deste ano, apontou a Confederação Nacional da Indústria (CNI), ao destacar que o patamar abaixo de 50 pontos indica tendência de queda.
Desempenho aquém – Segundo a confederação, o desempenho negativo do setor secundário se deve ao desempenho de pequenas, médias e grandes empresas, sobretudo aquelas que atuam em indústrias extrativistas e de transformação. No mesmo comparativo, igualmente recuaram os quesitos número de empregados (48,8 para 48,6) e da capacidade instalada, que recuou de 68% para 67%, pelo segundo mês consecutivo – inferior aos 69% de janeiro de 2021, mas idêntico ao mesmo mês de anos anteriores.
Imposto de exportação – Ainda no noticiário local, o relator dos projetos que versam sobre a questão dos combustíveis, senador Jean Paul Prates (PT-RN), modifica a política de preços da Petrobras, ao propor a criação de um imposto sobre a exportação de petróleo bruto, além de um programa de estabilização de preços no mercado interno.
Obstáculo a investimentos – A ideia do parlamentar petista vai de encontro ao pensamento da equipe econômica, para quem “o tributo é um obstáculo a novos investimentos no país”. No intuito, talvez eleitoreiro da Oposição, de estabilizar à caneta os preços da commodity sujeita à flutuação internacional, a proposta cria, ainda, uma banda móvel de variação, custeada por diversas fontes: imposto de exportação sobre o petróleo bruto; dividendos da União; e royalties e bônus relacionados à exploração do petróleo.
BC vê piora – Sobre o afã do Legislativo em viabilizar a desoneração dos combustíveis, o presidente do Banco Central (BC) Campos Neto, afirmou na véspera (14) que “uma baixa artificial dos preços dos combustíveis, pode ter um efeito de curto prazo na inflação, mas, olhando o cenário estrutural, isso iria piorar o cenário de inflação estruturalmente falando”, contestou.
Balanços tupiniquins – Na agenda tupiniquim, segue a temporada de balanços, como os da PetroRio (PRIO3), Caixa Seguridade (CXSE3), Carrefour Brasil (CRFB3) e Banrisul (BRSR3) aguardados para hoje.
TCU avalia Eletrobras – No plano corporativo, o Tribunal de Contas da União (TCU) deve se manifestar sobre a viabilidade de privatização, ainda este ano, da estatal Eletrobras, com previsão de conclusão da modelagem pela área técnica, no período entre o fim deste mês e o início de março.
Covid mata 885 – No diário da covid, o vírus chinês matou 885 brasileiros, pela média móvel de sete dias, ante patamar anterior de 14 dias, divulgou o consórcio de veículos de imprensa.
Principais indicadores
Estados Unidos (futuros)
Dow Jones, +0,83%
S&P 500, +1,07%
Nasdaq, +1,42%
Ásia
Shanghai SE (China), +0,50%
Nikkei (Japão), -0,79%
Hang Seng Index (Hong Kong), +0,82%
Kospi (Coreia do Sul), -1,03%
Europa
FTSE 100 (Reino Unido), +0,75%
DAX (Alemanha), +1,41%
CAC 40 (França), +1,27%
FTSE MIB (Itália), +1,36%
Commodities
Petróleo WTI, -2,13%, a US$ 93,43 o barril
Petróleo Brent, -1,86%, a US$ 94,69 o barril
Minério de ferro, -9,98% a 699 iuanes ou US$ 110,15 (Bolsa de Dalian – China).
Criptomoedas
Bitcoin, +4,54% a US$ 43.986,86 (cotação de 24 horas).
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