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Commodities

Aço Brasil aumenta expectativas para siderúrgicas em 2020, e vê avanço em 2021

Presidente-executivo do Aço Brasil afirmou que há “zero possibilidade de desabastecimento”.

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O setor de aço brasileiro voltou a elevar suas projeções para este ano, prevendo agora um crescimento modesto nas vendas no país e salto de 5,3% em 2021, mostraram nesta sexta-feira dados da entidade que representa as siderúrgicas do país.

A indústria passou a esperar que as vendas de aço no país avancem 0,5% em 2020, para 18,9 milhões de toneladas, aumentando para 19,9 milhões em 2021, segundo o Instituto Aço Brasil. A estimativa divulgada em setembro projetava alta de 3,1% nas vendas neste ano.

Em abril, auge dos impactos das medidas de isolamento social, o setor siderúrgico chegou a calcular um tombo de 19% nas vendas de aço no Brasil este ano. Cunhado, a flexibilização da quarentena em vários Estados e a retomada da atividade econômica levou o instituto a elevar suas expectativas ao longo do ano.

Mesmo com dificuldades no abastecimento de aço no mercado interno em setores da economia, como construção civil e segmentos de máquinas e equipamentos, executivos do Aço Brasil garantiram que o fornecimento está caminhando para a normalidade e que não há risco de escassez do insumo no país.

Em apresentação online a jornalistas, o presidente-executivo do Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, afirmou que há “zero possibilidade de desabastecimento…A prioridade é abastecer o mercado interno”.

Representantes da entidade devem se encontrar com o presidente Jair Bolsonaro nesta tarde em para discutir justamente os relatos de problemas no abastecimento de aço. O setor trabalha no momento com um índice de ocupação de sua capacidade instalada de 68,4%, abaixo dos 80% que a indústria siderúrgica considera ideal, afirmou Lopes. No mês passado, o indicador estava em 64,9%, depois de chagar a 42% em abril. O setor siderúrgico tem capacidade anual total de produção de 51 milhões de toneladas.

O CEO da Aço Brasil reiterou que o país enfrentou uma falta de estoques durante a pandemia e, quando a atividade econômica começou a se recuperar, o consumo interno de aço foi elevado pela necessidade de reposição desses estoques, o que, segundo ele, “está caminhando para a normalidade”.

 

Algumas das críticas recebidas estavam ligadas a seguidos reajustes nos preços do aço no mercado interno, o que atingiu cerca de 40% de alta no acumulado do ano em alguns tipos de ligas, de acordo com dados de fabricantes de máquinas. O mais recente aumento, em novembro, foi de aproximadamente 10%.

Questionado se o setor vai defender a necessidade de novos reajustes na reunião com Bolsonaro, Lopes afirmou que a entidade não vai tratar de preços no mercado interno com o presidente.

Ele disse ainda que a eleição do democrata Joe Biden para a presidência dos Estados Unidos deve gerar oportunidades para o Brasil negociar uma flexibilização no regime de cotas de importação decretado desde o início do mandato de Donald Trump.

“A expectativa é que, com a nova administração, poderemos ter espaço para renegociar…Pelo menos que se retire o semiacabado (do regime de cotas)”, afirmou.

Segundo o Aço Brasil, o setor industrial dos EUA precisa de aços semiacabados produzidos no país para se abastecer, uma vez que o material é considerado uma matéria-prima da indústria da transformação material. O Brasil é o maior exportador de aço semiacabado para os norte-americanos.

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