Economia
Aposentadoria na velocidade do click: Robôs do INSS em ação
A robotização dos serviços é uma realidade crescente, com mais e mais empresas, negócios e, agora, até mesmo órgãos públicos adotando os sistemas de inteligência artificial para acelerar os procedimentos mais comuns do dia a dia.
Inclusive, foi isso que aconteceu com o próprio Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), tão importante para a população brasileira. A autarquia aumentou de 17% para 23% o uso da IA para análise de benefícios, isso tudo entre os anos de 2022 e 2023.
Então, na prática, a cada dez pedidos de benefícios, três são feitos por meio de análise automática do sistema informatizado, sendo concedidos ou negados sem sequer receber o aval de um operador humano. Essa automatização, como era de se esperar, vem gerando polêmica.
INSS e a automatização
O instituto visa chegar em 50% de análises feitas por sistema de inteligência artificial até 2026. No ano de 2021, esse percentual era de apenas 10%. O objetivo é diminuir a fila de espera para a análise dos benefícios, que hoje se encontra em 1,794 milhão de pedidos aguardando.
O INSS oferece mais de cem benefícios, mas apenas oito são analisados pela IA, sendo eles: aposentadoria por idade e por tempo de contribuição; auxílio-reclusão; BPC do idoso; BPC da pessoa com deficiência; pensão por morte; salário-maternidade; e auxílio-reclusão da pessoa com deficiência.
É claro que, no caso de aprovação do pedido, os segurados aprovam a automatização, graças à agilidade na decisão. No entanto, ao ter o pedido negado, pode gerar controvérsia, como aconteceu com um trabalhador que teve o benefício negado em apenas seis minutos.
Inclusive, os próprios servidores administrativos do INSS criticam o uso de robôs para a análise dos benefícios, mas, infelizmente, como o quadro de pessoal é bastante enxuto, não é possível realizar a verificação minuciosa dos pedidos, que são muitos.
Tive o benefício negado, e agora?
Quando o INSS nega algum pedido de benefício, o segurado pode seguir por alguns caminhos, sendo que o primeiro deles é recorrer na Junta de Recursos do Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS), com prazo médio de resposta acima de mil dias, como informa o Tribunal de Contas da União (TCU).
Também é possível, após 30 dias, solicitar novamente o benefício, o que pode ser feito por meio da central 135, de segunda a sexta-feira, entre as 7h e 22h, ou pelo aplicativo, ou site, Meu INSS.
Por fim, o segurado também pode buscar garantir seu direito no Judiciário. As ações abaixo de 60 salários mínimos podem ser ingressadas diretamente no Juizado Especial Federal, sem advogado. Mesmo assim, a presença de um profissional do direito é altamente recomendada.
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