Atenção na hora de escolher: fundo com menor aplicação inicial possui taxas mais altas

De acordo com estudo realizado pelos professores Henrique Castro e Cláudia Yoshinaga, do Centro de Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV), quanto mais baixa é a aplicação inicial solicitada pela gestora, mais elevada é a taxa de administração. O levantamento foi feito com base em dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). 

Ao passo em que fundos com aplicações iniciais de R$ 1 a R$ 1 mil taxavam, em média, 1,36% de administração, os fundos com inicial de R$ 1 mil a R$ 25 mil recolhiam 1%. Nos fundos com quantias mínimas aplicadas entre R$ 25 mil e R$ 100 mil, a taxa recua para 0,69% ao ano, já nos com investimentos acima de R$ 100 mil, a taxa é de 0,50% ao ano. Os valores são referentes a junho deste ano. 

A pesquisa abrange também os fundos de relacionamento, em que o valor mínimo aplicado é inferior a R$ 1 ou não apresenta restrições de aplicações. Ainda em junho, esses fundos recolhiam a taxa de administração de 1,10%, em média.

A diferença de 0,36 ponto percentual pode parecer pequena, só que não é, sobretudo com a taxa básica de juros (Selic) na mínima histórica, de 2% ao ano. Dessa forma, ela representa mais de 10% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI), a taxa de referência (benchmark) para os investimentos em renda fixa. A variação se torna ainda mais significativa em aplicações de longo prazo por conta do efeito positivo dos juros compostos, ressalta Castro. 

“A classe de fundos com aplicação mínima de R$ 1 mil a R$ 25 mil, que tem taxa média de administração de 1% ao ano, cobra metade da rentabilidade que paga atualmente a Selic. No caso de fundos mais acessíveis, com valor mínimo entre R$ 1 e R$ 100, a taxa de administração de 1,26% equivale a 63% do que paga a Selic, sem contar impostos”, explica Castro.