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Bolsa tem potencial para chegar aos 112 mil pontos no final do ano

Analistas ouvidos pelo Capitalist estão otimistas com alguns setores que podem empurrar o Ibovespa para cima

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Cabo de Guerra

Embora o ano venha se mostrando desafiador, desde que o mundo entrou em isolamento social por conta do alto contágio do Coronavírus, ainda há luz no fim do túnel. Analistas consultados pelo site Capitalist estão otimistas de que a Bolsa pode chegar ao final do ano entre 100 e 112 mil pontos. No entanto, mesmo que o patamar máximo das projeções se confirme, o Ibovespa ainda não terá atingido o nível do início deste ano, de 118 mil pontos.

No entanto, ainda assim é uma boa notícia, pois mostra que a Bolsa vem conseguindo se recuperar. No seu pior momento, em 19 de março, o índice atingiu 61.690 pontos, patamar que havia sido atingido pela última vez em julho de 2017.

De acordo com os analistas, os principais fatores que devem influenciar o movimento do índice até o final do ano são a safra de balanços das empresas aqui e lá fora, as eleições presidenciais nos Estados Unidos, e as municipais, no Brasil. As notícias sobre uma nova vacina para combater o Covid-19 podem ajudar positivamente. Além disso, o cenário econômico vem dando sinais de recuperação, o que tem ajudado a empurrar o índice para cima. No entanto, o lado político ainda preocupa. A questão fiscal e as reformas administrativa e tributária podem contribuir, ou não, para a boa performance do Ibovespa.

Nos EUA, as negociações em torno do pacote de ajuda à economia norte-americana estão avançadas. Embora os analistas estejam divididos sobre a ajuda ser aprovada antes das eleições, em 3 de novembro, ou depois, o consenso é de que o pacote sairá. Sobre o resultado das eleições, independente de quem ganhar, a maioria dos analistas acredita que possa haver alguma volatilidade inicial, mas que depois a informação será absorvida e não terá muito impacto nos mercados.

A eleição municipal, aqui no País, também adiou decisões importantes, como o Renda Cidadã e as reformas. No caso do pacote de ajuda emergencial, ele trouxe muito estresse ao mercado desde que foi lançado, porque o governo não informou de onde tiraria os recursos para bancar o programa. Depois de muitas idas e vindas, a decisão ficou para depois das eleições. A questão agora é saber se o programa será mantido e de onde virão os recursos. O ministro da Economia, Paulo Guedes, juntamente com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, garantiram que o teto será respeitado. Maia, aliás, disse que pretende colocar na pauta da Casa a questão das reformas ainda este ano. Se a informação se confirmar, será muito bem recebida pelo mercado que aguarda há tempos por algo neste sentido.

O economista-chefe da Órama Investimentos, Alexandre Espírito Santo, que estima a bolsa entre 100 e 105 mil pontos, acredita que o que mais deve influenciar a Bolsa até o final do ano é o encaminhamento das reformas tributária e administrativa. Sobre as eleições nos EUA, ele avalia que o pior cenário seria a vitória apertada de um dos candidatos, com uma eventual judicialização. “Se isso ocorrer, a chance de uma queda mais pronunciada dos índices americanos é grande, com provável contágio sobre nosso Ibovespa. No entanto, acredito que o mais importante mesmo será o encaminhamento ou não das reformas para 2021. Se a pressão para furar o teto dos gastos prevalecer, e o governo ceder, temo que o Ibovespa será mais fortemente afetado. Do contrário, sou otimista”, pondera.

O Head de Renda Variável da Messem Investimentos, Willian Teixeira, é o mais otimista e estima a Bolsa entre 110 e 112 mil pontos em dezembro. Ele acredita que a safra de balanços referente ao terceiro trimestre deve vir mais positiva, mostrando que a economia está em recuperação e, com isso, empresas de alguns setores podem ser boas oportunidades de compra. Teixeira destaca os bancos, Ambev e Petrobas como papéis que ainda têm espaço para crescer. “Se pegar na ponta do lápis esses papéis estão atrasados, tem espaço para recuperar”, avalia.

Para Teixeira, no entanto, Vale e varejo não apresentam um bom “upside”. “Apesar dos bons fundamentos Vale e muitas empresas do setor de varejo já estão bem precificadas”, explica, ressaltando, ainda, que é possível encontrar oportunidade dentro do varejo, como Lojas Americana, que “ainda está muito atrás”.

O analista da Terra Investimentos, Régis Chinchila, estima o Ibovespa em 110 mil pontos em dezembro e destaca que os setores que devem continuar se beneficiando do cenário de recuperação são os de varejo (e-commerce), construção civil, logística, frigoríficos e commodities.

“No varejo, o crescimento das vendas online chegou para ficar e mudou o estilo de vida dos brasileiros. Para a construção civil, o ritmo da recuperação deve continuar forte, com demanda por lançamentos e novas vendas influenciada, principalmente, pela taxa de juros baixa no Brasil. Na logística, existe uma boa oportunidade de crescimento diante do ritmo forte de exportações de commodities agrícolas. No caso de frigoríficos há uma forte demanda da China por produtos e o dólar alto também beneficia as empresas”, avalia.

O sócio da Atuação Corretora, Nicolas Balafa, acredita que os setores que têm potencial de recuperação são os que ficaram mais pressionados, como bancos, alimentos, petróleo, elétrico e supermercados. Já o economista-chefe da Futura Investimentos, Pedro Paulo Silveira, destaca commodities e bancos com oportunidades de ganhos até o final do ano.

Para Santo, da Órama, no geral, a bolsa brasileira não “está uma barganha”, mas há bons setores a serem acompanhados que se mostraram resilientes e performaram bem na pandemia. O economista-chefe avalia que os segmentos que se beneficiam com a retomada da economia podem se favorecer, caso o cenário de recuperação prevaleça e seja liberada uma vacina contra o coronavírus. “Nesse cenário, temos infraestrutura, bancos e logística. Nossa melhor sugestão é que o investidor tenha cautela nas suas decisões de risco, pois 2021 pode ser muito desafiador, se não voltarmos à responsabilidade fiscal. Dessa forma, é preferível entrar no mercado com parcimônia e através de fundos geridos por profissionais experientes”, pondera.

Independente de estar ou entrar na Bolsa agora ou depois, o importante é saber que o mercado de ações é uma opção de risco, cujo retorno deve ser considerado no médio ou longo prazo. Além disso, é sempre importante, antes de investir, ter uma reserva de emergência e, principalmente, diversificar os investimentos. Outra dica, não fique olhando sua carteira de investimentos todos os dias para não se desesperar com os movimentos pontuais e, se você é iniciante, procure se informar o máximo que puder com fontes seguras e, procure algum profissional que possa de orientar nesse início de jornada. Boa sorte!

 

 

 

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