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Calote da Evergrande e posição do Fed agitam Ibovespa

Incorporadora falida (dívidas de US$ 300 bi) não paga juros e derruba mercado

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Crédito: Infomoney

Depois de uma breve calmaria, a turbulência novamente. Assim pode ser descrita a trajetória volátil do mercado nos últimos dias, em que as bolsas mundiais voltam a desabar, nessa sexta (24), por conta da informação que a incorporadora Evergrande (dona de uma colossal dívida de US$ 300 bilhões) não teria honrado o compromisso de pagar US$ 83,5 milhões, referentes a juros de títulos lastreados em dólar, que venceram ontem (23). Somente no início dessa manhã, os papéis da empresa pré-falimentar já caíam 11,61%.

Orientação nula – O mini calote ocorre, a despeito das orientações feitas pelas autoridades chinesas, no sentido de que a Evergrande evite o default de seus títulos de curto prazo. A definição clássica para default é quando as obrigações legais e condições de um empréstimo são descumpridas, no caso, quando uma dívida deixa de ser paga, seja por falta de condições financeiras ou por iniciativa do devedor.

Derrocada iminente – Entretanto, não está descartada formação de um tsunami econômico semelhante ao precipitado pelo banco americano Leman Brothers, em 2008. Isso porque – de acordo com o The Wall Street Journal – as autoridades de Pequim teriam lançado um alerta de ‘uma possível derrocada’ da incorporadora chinesa. Ainda assim, investidores ianques acreditam ser possível contornar a crise.

Hora do Fed – Também nos EUA é hora de o presidente do Federal Reserve – ao cabo de dois dias de reuniões do Federal Open Market Committee (Fomc), o equivalente ao Copom do BC – Jerome Powell confirmar ou não o tom de suas declarações mais recentes, de que a autoridade monetária pretende adotar um ritmo lento e gradual à retirada do programa de compra de títulos, que injeta mensalmente US$ 120 bilhões na economia local.

Alta fugaz – Ao contrário dessa sexta (24), em que os índices futuros americanos operam em leve queda, na véspera (23), todos os índices locais tiveram alta, como o Dow, que subiu 500 pontos, no melhor desempenho desde 20 de julho último; o S&P cresceu 1,2% e o Nasdaq avançou 1%. No acumulado da semana, o Dow exibe alta de 0,5%, o S&P aumentou 0,4% e o Nasdaq variou 0,1%.

Desempenhos mistos – Em que pese o problema chinês, as bolsas asiáticas apresentaram desempenhos variados, com o Nikkei japonês subindo 2,06%, na volta de um feriado nacional, ao passo que o Kospi sul-coreano fechou em leve baixa, a 3.125,24 pontos. Já em Hong Kong, enquanto o índice Hang Seng recuava 1,45%, o Shanghai composto da China encolhia 0,8%.

Baixa exposição – Na Europa, o índice Stoxx 600 – composto pelas ações de 600 empresas de 17 países europeus – recuava 0,6%, ainda refletindo a declaração, na quinta (23) da presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, de que “a exposição direta da Europa ao Evergrande poderá ser limitada”.

Pequim intervém de novo – Como se não bastasse o cenário negativo, o governo de Pequim viu na crise a oportunidade para uma nova intervenção, desta vez, no mercado das criptomoedas, cujas transações passaram a ser consideradas ‘ilegais’, impactando diretamente as cotações do Bitcoin. Nesse caso, a nomenclatura do gigante asiático está interessada em promover sua própria moeda digital, sob controle do Estado, é claro.

IPCA-15 – Na agenda doméstica, destaque para a divulgação da inflação de setembro, medida do IPCA-15, pelo Ibge, com previsão de alta de 1,02% em relação a agosto, com avanço de 9,93%, no comparativo anual (Refinitiv). Também nessa sexta, será conhecido o índice de confiança do investidor deste mês, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), assim como os dados, em dólar, das transações correntes e investimento estrangeiro direto no país.

Destaques no crivo – Após a aprovação, ontem (23) do texto-base do relatório da reforma administrativa, a comissão especial da Câmara passa a se debruçar sobre 20 destaques já protocolados, depois de uma sessão marcada por críticas e obstrução por parte de parlamentares da oposição.

Programa ‘crucial’ – Ao mesmo tempo, o Planalto intensifica gestões junto ao Senado para aprovação célere da reforma do Imposto de Renda (IR), pois o Executivo já deixou claro de que não dispõe de fonte de financiamento para o bolsonarista Auxílio Brasil, que toma o lugar do petista Bolsa Família. Nessa perspectiva, uma autoridade governamental admitiu ser ‘crucial’ equacionar a questão dos precatórios, o quanto antes.

R$ 26 bi a mais – A previsão é de que o novo programa social atinja 17 milhões de famílias, 3 milhões acima do contingente atendido hoje, mediante um benefício de R$ 300, em média, também superior aos R$ 190 atuais. Pelos cálculos do secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, para ser ampliado, o programa demandaria mais R$ 26 bilhões aos cofres federais, totalizando um custo de R$ 60 bilhões.

Sem plano B – Como tem caráter continuado, o Auxílio Brasil teria de contar com a indicação de uma forma de compensação para o seu financiamento, o que, a princípio, seria dada pela tributação dos dividendos na reforma do IR. O programa também teria de ser ‘encaixado’ sob a regra do teto, mediante a aprovação da PEC dos Precatórios. Até o momento, o Executivo não deu sinais de que contaria com um plano alternativo para financiamento do programa de transferência de renda.

Cartilha ‘Robin Wood’ – A título de convencer os senadores sobre o que considera ‘pontos altos’ da reforma, o ministro da Economia, Paulo Guedes estaria distribuindo no Senado uma cartilha, segundo a qual uma tributação de 15% sobre dividendos teria impacto somente no universo dos 20,8 mil brasileiros mais ricos, beneficiados com isenções de rendimentos do porte ‘cavalar’ de R$ 230 bilhões.

Principais indicadores

Estados Unidos

*Dow Jones Futuro (EUA), -0,23%
*S&P 500 Futuro (EUA), -0,33%
*Nasdaq Futuro (EUA), -0,44%

Europa

*FTSE 100 (Reino Unido), -0,3%
*Dax (Alemanha), -0,76%
*CAC 40 (França), -0,92%
*FTSE MIB (Itália), -0,37%

Ásia

*Nikkei (Japão), +2,06% (fechado)
*Shanghai SE (China), -0,8% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong), -1,3% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), -0,07% (não abriu)

Commodities e Bitcoin

*Petróleo WTI, +0,05%, a US$ 73,34 o barril
*Petróleo Brent, +0,21%, a US$ 77,41 o barril
*Bitcoin, -2,58% a US$ 42.484,41
*Sobre o minério: **O minério de ferro negociado na Bolsa de Dalian registra alta de 2,47%, a 684,5 iuanes, ou US$ 105,91
USD/CNY = 6,46

Sou um profissional de comunicação com especialização em Economia, Política, Meio Ambiente, Ciência & Tecnologia, Educação, Esportes e Polícia, nas quais exerci as funções de editor, repórter, consultor de comunicação e assessor de imprensa, mediante o uso de uma linguagem informativa e fluente que estimule o debate, a reflexão e a consciência social.

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