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Economia

CEO da Petrobras sinaliza IPO de empresa de gasodutos junto a parceiros

Executivo não quis estimar uma data para a realização do IPO nem o montante envolvido na operação.

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A Petrobras e parceiros como a anglo-holandesa Shell poderão pedir autorização para uma oferta inicial de ações (IPO) de uma empresa criada para operar infraestruturas de escoamento e processamento de gás, afirmou nesta quinta-feira o presidente da estatal, Roberto Castello Branco.

No final de setembro, a petroleira fechou contratos para compartilhamento de ativos de escoamento de gás do pré-sal com as companhias Shell Brasil, Petrogal Brasil e Repsol Sinopec Brasil.

Os contratos preveem interligação física e compartilhamento de capacidades das chamadas rotas 1, 2 e 3 de gasodutos para escoamento da produção do pré-sal, atualmente em fase de construção.

Em teleconferência com analistas sobre resultados do terceiro trimestre, Castello Branco disse que “é uma oportunidade de criação de uma empresa de ‘midstream’, fazer um ‘spin-off’ (cisão) e a criação de uma empresa de ‘midstream’ cujas ações poderão ser lançadas no mercado, pode ser alvo de um IPO”.

“(A empresa) se transformaria em um veículo de ‘midstream’ para construção de novos gasodutos no Brasil com recursos da iniciativa privada, dispensando recursos públicos para isso”, completou.

O executivo não quis estimar uma data para a realização do IPO nem o montante envolvido na operação.

Uma empresa de gasodutos poderia ajudas a tornar possível investimentos em infraestrutura para assegurar o desenvolvimento de um plano do governo para reduzir o preço do gás e consquentemente da energia elétrica.

Pagamento de dividendos

A Petrobras não sofreu qualquer tipo de pressão do governo para pagamento de dividendos após ter anunciado na véspera uma revisão de sua política de remuneração aos acionistas para poder distribuir proventos mesmo em anos de prejuízo contábil, disse o CEO da estatal.

Segundo ele, a decisão foi tomada porque os resultados contábeis têm menos peso para a empresa do que o fluxo de caixa.

“Há uma especulação maldosa sobre a decisão da companhia”, disse Castello Branco.

“Alguns levantaram a suspeita de que a Petrobras está mudando as regras, e não está mudando regra nenhuma, para beneficiar a União, porque a União precisa de recursos para cobrir seu déficit… seria muito pouco inteligente tentar fazer isso”, explicou.

Ele afirmou ainda que governo federal recebe cerca de 360 mil reais a cada 1 milhão distribuído em dividendos pela Petrobras, por causa de sua participação acionária no capital da petroleira.

“Em nenhum momento se interferiu na gestão da Petrobras”.

Desinvestimentos

A Petrobras espera realizar em dezembro um processo para recebimento de ofertas vinculantes por sua refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, disse Castello Branco.

“Está tudo prosseguindo como esperado, exceto pelo fato, como mencionei, de um atraso devido à Covid-19”, afirmou.

No final de setembro, a Petrobras, que já havia recebido dois lances com valores próximos pela Repar, anunciou que abriria uma nova rodada para os interessados na unidade. Segundo fontes, a companhia considerou os valores oferecidos baixos.

O executivo também informou que a Petrobras deve receber em novembro aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para a venda da Liquigás, sua unidade de gás liquefeito de petróleo.

Enquanto isso, disse Castello Branco, tentativas de desinvestimento de fatia da companhia na Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG) estão “travadas” por questões regulatórias.

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