Ações, Units e ETF's
Cias&Cifras | fundos têm resgates líquidos de R$ 4,3 bi em outubro; estrangeiros voltam à B3
Cias&Cifras | fundos têm resgates líquidos de R$ 4,3 bi em outubro; estrangeiros voltam à B3
Por: Junior Alves
Os fundos de investimento tiveram resgates líquidos R$ 4,3 bilhões de 1º até 16 de outubro, segundo dados da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
Na semana entre 12 e 16 de outubro, a indústria registrou captação líquida positiva de R$ 9 bilhões, influenciada pelos fundos de renda fixa, com entradas de R$ 11,2 bilhões. Na sequência, aparecem os FIPs com saldo positivo de R$ 89,1 milhões.
As demais classes de fundos tiveram resgates líquidos no período. Os multimercados foram os mais afetados, com saídas de R$ 606,2 milhões, seguidos dos ETFs (R$ 512,1 milhões), dos FIDCs (R$ 487,8 milhões, mas com saída concentrada de R$ 590 milhões em um único fundo), ações (R$ 470,5 milhões), previdência (R$ 180,1 milhões) e cambiais (R$ 59,1 milhões).
Ano
Até 16 de outubro, a indústria de fundos acumula captação líquida positiva de R$ 194,1 bilhões e patrimônio líquido de R$ 5,8 trilhões.
Ágora
Após o número de pessoas físicas na Bolsa brasileira crescer 114% no mês de setembro em relação a 2019 e ultrapassar a marca de 3 milhões de investidores, a B3 (B3SA3) se firmou como a principal escolha da Ágora Investimentos.
A dona da Bolsa exibe hoje estatísticas que levaram décadas para se consolidarem no mercado acionário local. No terceiro trimestre deste ano, os investidores ativos disparam 115% na comparação anual.
“Aumentamos nossas estimativas de lucro líquido em 2% para 2020 e 3% para 2021” , revelam os analistas Victor Schabbel e Luiza Mussi, que assinam a recomendação.
Na análise da dupla, o baixo desempenho recente das ações da B3 apenas reforça a preferência pelo nome, além do fato da companhia ser única e dominante player no mercado local.
“Acreditamos que o processo de aprofundamento financeiro deve ajudar a levar o mercado de capitais brasileiro a um patamar totalmente novo”, completam.
> Bolsa: estrangeiro volta a comprar ações em outubro
Depois da saída recorde de capital externo da bolsa nos últimos meses, os investidores estrangeiros parecem ter identificado uma oportunidade de compra no Brasil e voltaram a alocar recursos em ações listadas por aqui.
Segundo o Valor, em outubro até o último dia 19, o fluxo está positivo em R$ 2,55 bilhões, de acordo com dados do mercado secundário da B3, que considera ações já listadas na bolsa.
Maior aporte
Se o mês terminasse nessa data, este seria o maior aporte dos estrangeiros desde setembro de 2018, quando a entrada de capital ficou em R$ 3,28 bilhões. O movimento até ajuda a sustentar uma valorização da bolsa, segundo analistas, mas o ingresso em outubro ainda é bastante limitado em relação à fuga de R$ 85,20 bilhões acumulados no ano até aqui.
Nos últimos dias, o Ibovespa retomou a marca de 100 mil pontos e acumula alta de mais de 6% em outubro. No entanto, o índice ainda registra um tombo de 13% em 2020, enquanto as bolsas americanas ou estão perto de zerar as perdas ou já se valorizam no ano.
Banco Central
Em uma evidência de que o estrangeiro pode seguir receoso com o Brasil, dados do Banco Central voltaram a mostrar saída de capital externo do mercado de câmbio nas últimas semanas. A conta financeira está deficitária em US$ 1,16 bilhão em outubro até dia 16, enquanto o resultado geral, que inclui a conta comercial, está negativo em R$ 1,05 bilhão.
Já na renda fixa, o Tesouro Nacional, em seu leilão semanal de prefixados, tem deixado de lado a tentativa de alongar o perfil da dívida. Na semana passada, o Tesouro ofertou 300 mil papéis prefixados longos – que costumam interessar estrangeiros -, sendo 150 mil para 2027 e 150 mil para 2031. Nas semanas anteriores, o Tesouro havia ofertado uma quantidade maior de títulos que vencem em 2031: 1 milhão em 8 de outubro; e 500 mil em 1º de outubro.
Embora tenha diminuído a quantidade de papéis longos ofertados, o Tesouro não conseguiu vender o lote integral dos títulos na semana passada. Das 150 mil NTN-F que vencem em janeiro de 2031 colocadas à venda na semana passada, pouco mais de 130 mil foram vendidas, ou 87,2% do total.
> XP lança carteira recomendada de BDR’s
A partir da entrada em vigor da nova regra da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que libera a partir desta quinta-feira (22) a negociação das BDRs (Brazilian Depositary Receipts) a todos investidores na B3, isso dará aos brasileiros acesso a uma maior diversificação internacional, antes restrita a investidores com mais de R$ 1 milhão.
Com isso, a XP Investimentos lançou sua carteira recomendada de BDR’s, que são recibos de ações negociadas no exterior. Os detentores de BDRs têm os mesmos direitos econômicos que os acionistas da empresa, como direito aos dividendos, diretos caso a empresa seja vendida, e outros. Além disso, detentores de BDRs podem inclusive convertê-las em ações originais da empresa emissora caso assim queiram.
Diversificação
A diversificação da carteira é uma estratégia que consiste em fragmentar seus aportes em ativos diferentes, com o objetivo de reduzir os riscos de perda no caso da desvalorização de algum ativo.
Conforme a XP, a diversificação tende a proteger a carteira de parte da queda, uma vez que a fatia alocada em ações internacionais não seria impactada pela condição econômica brasileira. O seu patrimônio estaria protegido, objetivo concluído.
“Mundo no Bolso”
1) Acesso às empresas listadas no S&P 500 e na Nasdaq 100: Para se ter uma ideia, o mercado acionário brasileiro é algumas vezes menor que a Apple (sim, apensas uma empresa americana) e representa apenas 0,8% do mercado acionário global, enquanto a Nasdaq 100 e o S&P 500 representam 15% e 33%, respectivamente.
2) Diversificação setorial e maior universo de investimentos: São apenas 330 ações locais listadas em bolsa brasileira contra 550 BDRs acessíveis ao investidor. Além da variedade de empresas trazidas pelos BDRs, é interessante notar a forte presença de indústrias pouco servidas em mercados locais, como as de tecnologia, comunicação e saúde. Veja, no gráfico abaixo, o percentual de empresas de cada setor.
3) Diversificação geográfica: Por mais que a maioria das empresas listadas em BDRs sejam americanas, encontramos em boa parte delas uma fatia significativa do faturamento vindo de fora dos EUA. Comprando um BDR de Facebook (FBOK34), por exemplo, o investidor está exposto a uma companhia que tem 1/2 das receitas originadas nos EUA e Canadá, 1/4 na Europa e o outro 1/4 no resto do mundo. Ou seja, o risco geográfico da carteira fica ainda menor com a diversificação via BDR.
> BDR’s: Terra Investimentos lança Carteira Recomendada Mensal
Com o início da disponibilidade dos BDRs (Brazilian Deposit Receipts) para os investidores brasileiros a partir de hoje (22), a equipe de análise da Terra Investimentos passa a elaborar e distribuir a seus clientes a Carteira Recomendada Mensal de BDRs.
Com a primeira edição indicando papéis como Apple, Alphabet e Johnson & Johnson (veja todas as indicações no anexo), a Corretora expande sua abrangência de research (análise) e orientação aos clientes, que poderão investir nos BDRs pela própria Terra.
“É um marco para o mercado de capitais brasileiro, mas o investidor precisa estar bem informado. Por isso, dentro do nosso conceito de orientação e educação, criamos a carteira com estudos de nossos especialistas que ajudarão a embasar as decisões”, declara Tiago Haouli, Presidente da Corretora.
BDR’s: amplia e diversifica
Segundo o Analista da Terra, Régis Chinchila, “a liberação dos BDRs amplia e diversifica a carteira de investimentos, que pode ficar ainda mais robusta e extensa com a inclusão de ações internacionais, sem custo de remessa para o exterior e tributação de IOF”. Entre os pontos que merecem atenção, Chinchila alerta que “embora as transações sejam em reais, as cotações das empresas são em dólar – assim, na prática, o investidor aplicará em ações e câmbio ao mesmo tempo”.
Mensalmente, a Corretora divulgará sua Carteira de BDRs com recomendação e justificativa de dez ativos, com base em análise gráfica. Além disso, traz comentários sobre o cenário econômico nos EUA e seu impacto nas empresas.
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