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‘Disparada’ do IPCA-15 e risco de novo aperto ianque definem alta de juros futuros
Enquanto que na ‘ponta curta’, taxa DI subiu para 12,415%, na ‘longa’, ela foi a 10,24%
A ‘surpresa’ do mercado com a alta expressiva do IPCA-15 (prévia da inflação) – que saiu de uma deflação de 0,07%, em julho, para uma ‘inesperada’ inflação de 0,28% este mês – e a confirmação do presidente do Federal Reserve (Fed) – o bc ianque – Jerome Powell, de que a autoridade monetária deverá subir mais os juros para ‘domar’ os preços nos EUA.
Sob estes dois fatores, os juros futuros encerraram, a sessão desta sexta-feira (25) em alta, após quedas seguidas, mediante a ‘decolagem’ das taxas, tanto na ‘ponta curta’ – a do DI para janeiro de 2024 passou de 12,39% para 12,415%; a do DI para janeiro de 2025 subiu de 10,392% para 10,525% – quanto na ‘ponta longa’, com a taxa do DI para janeiro de 2026 crescendo de 9,943% para 10,08%, e a do DI para janeiro de 2027, aumentando de 10,133% para 10,24%.
No front doméstico, a arrancada do indicador tupiniquim, além de atestar a resiliência do chamado ‘núcleo da inflação’, foi automaticamente interpretada por operadores de mercado como ‘freio’ ao ritmo do corte da taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central (BC), que a reduziu em meio ponto percentual, de 13,75% ao ano para 13,25% ao ano, no último dia 2 deste mês.
Apesar dessa perspectiva, 91% das apostas apontavam a maior probabilidade de novo corte de meio percentual da Selic, como vem sinalizando a autoridade monetária, enquanto as 9% restantes indicavam uma redução mais acentuada, de 0,75 ponto percentual.
No campo externo, embora tenha sido ‘cauteloso’, ao prever que autoridades do Fed “procederão com cuidado, ao decidirmos se devemos apertar mais”, Powell deixou claro que “a instituição ainda não concluiu que sua taxa básica de juros está elevada o bastante para garantir que a inflação retorne à meta de 2%”.
Segundo o diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior, “para a taxa do DI cair mais aqui no Brasil, o Fed também teria que começar a cortar (juros). Ou o diferencial (de juros) ficaria pequeno e o dólar subiria, pegando na inflação. Na prática, talvez o BC brasileiro não acelere o corte da Selic para 0,75 ponto percentual”.
No final da tarde, o rendimento do Treasury de dois anos – referência para juros de curto prazo – subia 4,60 pontos-base, a 5,0649%, ao passo que o papel de dez anos – referência global para decisões de investimento – crescia 0,40 ponto-base, a 4,2393%.
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