Moedas
Dólar atenua queda máxima em meio a temores fiscais que encobrem possível de tratamento para Covid-19
Moeda chegou a registrar queda de 0,85% na mínima do dia, mas voltou a subir e recuar apenas 0,02% na venda.
No começo da tarde desta segunda-feira, o dólar à vista atuava a queda de mais cedo e oscilava com variações tímidas ante o real, com dúvidas sobre a saúde fiscal do Brasil ofuscando a expectativa gerada por esperanças sobre um tratamento para a Covid-19 com plasma sanguíneo.
Às 12h23, a moeda norte-americana à vista sofria queda de 0,02%, a 5,6054 reais na venda, logo após ter registrado redução de 0,85% na mínima do dia, a 5,5593 reais. As negociações com dólar spot se encerram às 17h no horário de Brasília.
O principal contrato de dólar futuro tinha queda de 0,34%, a 5,6095 reais na B3, onde as operações com derivativos de câmbio vão até as 18h.
Vanei Nagem, da mesa de câmbio da Terra Investimentos comentou sobre a retomada do fôlego do dólar: “De manhã havia um pouco de otimismo sobre algumas coisas: o pacote do Guedes, um tratamento contra a pandemia… mas depois os investidores começaram analisar o contexto de dívida interna e déficit altos, gerando dúvidas sobre o pacote”.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou que novas medidas para a retomada econômica do Brasil serão apresentadas por sua equipe na terça-feira. O plano é chamado de Pró-Brasil.
“A revelação dos programas pode inflamar os anseios em torno de uma falta de compromisso do governo com o teto de gastos e com a contenção do endividamento público em geral”, informaram analistas da Guide Investimentos.
“Caso o governo não apresente uma explicação detalhada e convincente de como os programas que aumentarão os gastos serão compensados pelos programas de redução de gastos, uma retomada da pressão cambial (…), vista na semana passada, pode voltar a ocorrer.”
O dólar spot fechou a última sessão com salto de 0,95%, a 5,6068 reais, o maior valor desde 20 de maio. O ganho na semana foi de 3,31%, a quarta alta seguida.
No acumulado do ano, a moeda já valoriza 39,5% contra o real, impulsionado por um contexto de incertezas econômicas, instabilidade política e juros extremamente baixos.
Os mercados globais mostravam algum otimismo nesta segunda-feira após a FDA dos Estados Unidos anunciar a aprovação do uso de plasma sanguíneo de pacientes que se recuperaram da Covid-19 como uma opção de tratamento da doença.
Ainda de acordo com Segundo Vanei Nagem, a virada no movimento de algumas moedas emergentes também colaborou para o enfraquecimento do real no final da manhã. Após ganharem força, a maioria das moedas arriscadas pares do real,passavam a cair contra o dólar.
Analistas di Bradesco apontaram em nota “preocupações com as tensões sino-americanas e com o avanço da pandemia em vários países” como fatores de pressão para os mercados globais neste pregão.
Grandes economias europeias, como Itália, Espanha e França, voltaram a bater recorde de casos de Covid-19 na última semana, após o término das medidas de confinamento. A notícia levantou receio sobre a possibilidade do retorno das restrições nesses locais.
Ainda nesta segunda-feira, Banco Central vendeu o total da oferta em um leilão de swap tradicional para rolagem de até 12 mil contratos com vencimento em março e julho de 2021.
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