Dólar atinge a maior cotação desde o início do Plano Real

As expectativas em torno do pacote de corte de gastos geraram um dia de forte tensão no mercado financeiro dia 27. O dólar ultrapassou a marca de R$ 5,90, atingindo a maior cotação desde o início do Plano Real, enquanto a Bolsa de Valores caiu mais de 1,5%, encerrando abaixo dos 128 mil pontos.

O dólar comercial fechou cotado a R$ 5,912, uma alta de R$ 0,106, equivalente a 1,8%. A moeda apresentou relativa estabilidade pela manhã, mas disparou durante a tarde após a veiculação de informações indicando que o pacote incluirá a isenção de Imposto de Renda para rendimentos de até R$ 5 mil. Na máxima do dia, por volta das 16h, a cotação chegou a R$ 5,92. Com esse resultado, o dólar acumula alta de 2,27% em novembro e, no acumulado de 2024, a valorização chega a 21,8%.

No mercado de ações, o cenário também foi marcado por forte volatilidade. O índice Ibovespa, da B3, encerrou o pregão em 127.668,61 pontos, uma queda de 1,73%. O indicador chegou a registrar leve alta pela manhã, mas despencou após a divulgação de detalhes sobre o pacote fiscal.

À tarde, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, confirmou que a proposta abordará a atualização da tabela do Imposto de Renda, mas evitou aprofundar os detalhes. Em contrapartida, destacou que o pacote deve incluir a criação de um imposto sobre grandes fortunas e a limitação de supersalários no serviço público.

Dólar

O real, como moeda de uma das maiores economias emergentes do mundo, desempenha um papel importante no cenário global, mesmo que sua influência seja limitada em relação a moedas como o dólar, o euro ou o iene. Ele é um reflexo da estabilidade econômica do Brasil e, por isso, sua valorização ou desvalorização pode impactar a percepção internacional sobre o país.

Para investidores estrangeiros, o real é fundamental no comércio de commodities, dado o peso do Brasil como exportador de produtos agrícolas e minerais. Além disso, em mercados financeiros, o real é usado em estratégias de investimento e hedge, sobretudo em operações envolvendo países emergentes. Sua importância também se dá no fortalecimento de relações comerciais e diplomáticas, contribuindo para o fluxo de capitais e integração econômica global.