Moedas
Dólar opera em queda contra real com Biden mais perto da presidência
Às 12:08, o dólar recuava 0,43%, a 5,5216 reais na venda.
O dólar caía ante o real nesta sexta-feira, após uma manhã quase toda em alta, com os agentes financeiros se voltando para ativos de risco em meio às crescentes expectativas de uma vitória democrata nas eleições dos Estados Unidos.
Após a apuração nos Estados da Geórgia e da Pensilvânia nesta manhã, Joe Biden ganhou vantagem sobre o presidente republicano Donald Trump, com 253 votos contra 214 no Colégio Eleitoral que vai determinar o vencedor do pleito.
Se vencer na Pensilvânia ou se vencer em dois Estados do trio formado por Geórgia, Nevada e Arizona, o democrata de 77 anos se tornará o próximo presidente.
Às 12:08, o dólar recuava 0,43%, a 5,5216 reais na venda, depois de ter avanço mais cedo a 5,5751 reais no melhor momento da sessão.
Para Alejandro Ortiz, economista da Guide Investimentos, a expectativa de vitória de Biden “exerce pressão baixista sobre o dólar porque uma presidência do democrata poderia ser positiva para o sentimento de risco global”.
“Biden passou Trump em Estados extremamente cruciais”, argumentou. “O comportamento (de Biden) não é errático, volátil e imprevisível”, ao contrário dos polêmicos posicionamentos do atual presidente nos últimos anos, o que poderia reduzir a busca por segurança na moeda norte-americana, explicou Ortiz.
Os mercados mais amplos já haviam definido que uma vitória de Biden seria melhor para mercados emergentes, principalmente por causa da maior probabilidade de aprovação de estímulos fiscais e de perspectivas de uma política comercial mais aberta nos EUA.
Muitos especialistas também apontaram a vantagem dos republicanos na corrida eleitoral pelo comando do Senado dos EUA como positiva em um cenário de vitória democrata na presidência. O motivo é que um equilíbrio no governo evitaria a aprovação do aumento de impostos ou restrições sobre as empresas norte-americanas.
Na semana, o dólar acumula perdas de mais de 3%.
Na quinta-feira, o dólar negociado no mercado interbancário encerrou a 5,5455 reais na venda, seu menor valor para encerramento desde 9 de outubro. O resultado significa queda superior a 3,7% em dois dias, após ter fechado a terça-feira a 5,7609 reais.
No Brasil, a sustentabilidade das contas públicas continuava em foco, com os investidores aguardando uma indicação clara sobre se o governo preservará ou não o teto de gastos. A maior questão é sobre como financiar um pacote de auxílio social com um orçamento tão apertado para o próximo ano.
Enquanto isso, a agenda de reformas estruturais, vista como essencial por boa parte dos mercados financeiros locais, continua atrasada. “Sem reformas, somos perigosamente suscetíveis ao pior do que pode acontecer no caso de qualquer crise se agravar no mundo como a atual”, disse o economista-chefe Jason Vieira, da Infinity Asset.
Nesta sexta-feira, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), informou que as discussões sobre a reforma administrativa deve terinício na próxima semana.
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