Economia
E-commerce Trends 2025: estudo revela comportamento de compra online
‘Taxa das blusinhas’ aprovada pelo Congresso Nacional impacta significativamente o comportamento de compra online internacional dos consumidores brasileiros.
As compras internacionais têm se tornado cada vez mais populares entre os brasileiros, principalmente devido à variedade de produtos e preços competitivos oferecidos por plataformas como Shopee, Shein e Aliexpress.
Tais compras permitem que os consumidores acessem uma ampla gama de itens que muitas vezes não estão disponíveis no mercado local, além de aproveitar promoções e ofertas que tornam o custo-benefício bastante atrativo.
No entanto, a recente Lei 14.902/2024, que estabelece uma taxação de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50, pode impactar essa tendência, aumentando o custo final dos produtos e levando os consumidores a reconsiderarem suas opções de compra.
Apesar das novas taxas, muitos brasileiros continuam a preferir as compras internacionais devido às vantagens que elas oferecem, como a possibilidade de adquirir produtos exclusivos e de economizar em relação aos preços praticados no Brasil.
Além disso, a facilidade de pagamento, com opções como Pix e cartões de crédito, e a conveniência de comprar diretamente pelo smartphone tornam as compras internacionais uma escolha prática e acessível para uma grande parcela da população.
Com o aumento da digitalização e a adaptação às novas regulamentações, o mercado de e-commerce internacional deve continuar a crescer, embora os consumidores precisem estar mais atentos aos custos adicionais envolvidos.
Um estudo recente intitulado E-commerce Trends 2025, realizado pela Octadesk, da LWSA, em parceria com o Opinion Box, revelou dados significativos sobre como os brasileiros estão comprando online, quais plataformas são preferidas, e o impacto das novas legislações tributárias nas compras internacionais.
Estudo revela estimativas sobre o futuro das compras internacionais no Brasil – Imagem: Thaspol Sangsee/Shutterstock
Principais plataformas de e-commerce no Brasil
De acordo com o estudo, as plataformas de e-commerce mais populares entre os consumidores brasileiros são a Shopee, Shein e Aliexpress.
Cerca de 52% dos entrevistados indicaram que compram na Shopee, uma plataforma que se tornou rapidamente uma das favoritas no Brasil, graças a seus preços competitivos e à vasta gama de produtos.
A Shein vem logo em seguida, com 43% dos consumidores realizando compras na plataforma, atraídos principalmente pela moda acessível e as constantes promoções.
A Aliexpress é outra gigante do e-commerce, com 39% dos consumidores brasileiros comprando regularmente no site, conhecido por produtos eletrônicos e gadgets.
Além dessas plataformas, 65% dos brasileiros compram em lojas virtuais, e 60% utilizam marketplaces para suas compras online.
Um dado interessante é que 54% dos consumidores preferem usar aplicativos das próprias lojas para realizar compras, o que demonstra a importância crescente dos apps como canal de vendas.
Comportamento de compra estimado para os próximos 12 meses
O estudo também analisou o ritmo de consumo dos brasileiros nos próximos 12 meses, com foco particular nas compras internacionais.
60% dos consumidores indicaram que provavelmente manterão o ritmo de compras internacionais, enquanto 25% esperam aumentar suas compras nesse segmento. Apenas 15% dos consumidores preveem uma redução nas compras internacionais.
Esses números mostram que, apesar das novas tributações e das incertezas econômicas, a tendência de comprar de sites internacionais permanece forte entre os brasileiros.
Influência dos influencers digitais nas compras online
Outro ponto importante revelado pelo estudo é o impacto dos influencers digitais nas decisões de compra.
45% dos entrevistados afirmaram já ter comprado produtos recomendados por influencers, o que demonstra o poder dessas figuras na promoção de produtos e marcas.
O estudo destacou que 52% do público influenciado são mulheres, com uma forte concentração entre jovens de 16 a 29 anos – 55% desse grupo já fez aquisições baseadas em recomendações de influencers.
Esse dado reforça a importância do marketing de influência como uma estratégia eficaz para marcas que desejam alcançar públicos específicos.
Métodos de pagamento preferidos pelos brasileiros
Quando se trata de métodos de pagamento, o smartphone é o principal meio de compra online para 73% dos brasileiros, refletindo a crescente mobilidade e praticidade na hora de fazer compras.
O estudo também revelou que 88% dos consumidores já utilizaram o PIX para compras online, com 24% usando essa forma de pagamento como a principal.
O cartão de crédito continua a ser a opção mais utilizada, com 52% dos entrevistados preferindo esse método. Outras formas de pagamento incluem o crédito à vista (14%), débito (4%) e boletos bancários (2%).
Impacto da Lei 14.902/2024: a “taxa das blusinhas”
Um dos temas mais debatidos atualmente no e-commerce brasileiro foi a Lei 14.902/2024, popularmente conhecida como “taxa das blusinhas”.
Tal legislação estabelece uma taxação de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50 (R$ 277), que anteriormente eram isentas de impostos.
A carga tributária total sobre essas compras pode chegar a 44,5%, considerando o ICMS de 17% mais o imposto de importação.
A introdução da taxa gerou bastante polêmica, especialmente porque foi inserida como um “jabuti” no Projeto Mover (Programa Mobilidade Verde e Inovação).
Em termos legislativos, um “jabuti” se refere à prática de incluir emendas ou alterações em um projeto de lei que não têm relação direta com o tema principal da proposta.
Nesse caso, a “taxa das blusinhas” não representa a criação de um novo imposto, mas sim a eliminação de um benefício fiscal que era amplamente utilizado pelos consumidores brasileiros para adquirir produtos a preços mais acessíveis em sites internacionais.
A implementação da taxa tem o potencial de impactar significativamente o comportamento de compra dos brasileiros, especialmente daqueles que frequentemente compram em plataformas como Shopee, Shein e Aliexpress.
As compras internacionais, que vinham crescendo devido aos preços competitivos, podem ser afetadas, levando os consumidores a reconsiderar suas opções de compra ou a buscar alternativas no mercado nacional.
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