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Saúde

É verdade que as redes sociais ‘apodrecem’ o cérebro? Termo do ano acende alerta

Consumo exagerado de conteúdos digitais pode, sim, prejudicar o cérebro.

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A expressão “cérebro apodrecido”, ou “brain rot”, tem ganhado destaque, especialmente entre os jovens. A sensação descrita envolve passar horas nas redes sociais, enquanto se rola o feed.

A obra de Henry David Thoreau, escrita em seu livro ‘Walden, ou A vida nos Bosques’ em 1854, foi a primeira a alertar sobre esse “apodrecimento cerebral”.

Já em 2024, o termo “brain rot” foi escolhido como a palavra do ano pela Universidade de Oxford, com mais de 37 mil votos.

Apesar de não ser um diagnóstico médico, o fenômeno desperta atenção por seus sintomas. A sobrecarga de informações digitais pode levar à dificuldade de concentração e à redução da produtividade, o que afeta o bem-estar e gera um estado de letargia mental.

O Newport Institute, nos Estados Unidos, destaca que tal condição resulta de um consumo excessivo de tempo de tela. A prática de buscar incessantemente conteúdos angustiantes e negativos intensifica essa percepção de “apodrecimento”.

Redes sociais têm causado danos cognitivos devido ao excesso de uso – Imagem: MrJayW/Pixabay

Consequências do consumo digital excessivo

Estudos indicam que a utilização exagerada de conteúdo simplificado online compromete habilidades cognitivas. A National Library of Medicine revelou que jogos online podem reduzir a massa cinzenta no córtex orbitofrontal, uma área crucial para o controle de impulsos e tomada de decisões.

Além disso, pesquisas com jovens adultos de 18 a 27 anos apontam que o vício em redes sociais prejudica funções executivas. Habilidades como planejamento e memória de trabalho são afetadas, o que acarreta dificuldades em resolver problemas e tomar decisões.

O consumo desmedido de redes sociais também está associado ao sofrimento psicológico. Publicações científicas mostram que a rolagem excessiva de feeds é capaz de reduzir o bem-estar mental, além de trazer consequências emocionais significativas.

Como mitigar os efeitos do ‘cérebro apodrecido’

Para evitar esse problema, evite ficar rolando os feeds das redes sociais a esmo, sem objetivo. Isso gera prostração, tédio e, ao mesmo tempo, uma ansiedade devido à expectativa de encontrar algo interessante enquanto desce o feed. Além disso:

  1. Limite o tempo de tela;

  2. Exclua aplicativos que distraem;

  3. Desligue notificações desnecessárias.

O Newport Institute recomenda tais práticas para prevenir ou reduzir os danos ao cérebro. A boa notícia é que esses efeitos tendem a ser reversíveis, o que indica que hábitos saudáveis podem restaurar a função cognitiva perdida.

A digitalização tem reforçado a tendência humana de priorizar informações simples, mas isso exige atenção para evitar o comprometimento cognitivo.

Olá, sou John Monteiro, guitarrista e jornalista. Nascido no ano da última Constituição escrita, criado na periferia da capital paulista. Fã de história e política, astronomia, literatura e filosofia. Curto muita música, no conforto da minha preguiça, frequento mais palavras que livrarias.

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