Saúde
Redes sociais ou prisão? As semelhanças que ninguém quer ver
Rebecca Lemov, de Harvard, alerta sobre os efeitos mentais causados pelas redes sociais — e como enfrentá-los.
O impacto das redes sociais no comportamento humano tem sido cada vez mais discutido. E, segundo a historiadora da ciência Rebecca Lemov, da Universidade de Harvard, os efeitos vão muito além da distração ou do excesso de notificações. Em seu novo livro “A instabilidade da verdade: lavagem cerebral, controle mental e hiperpersuasão”, a autora traça um paralelo inquietante: usuários modernos de redes sociais teriam mais em comum com prisioneiros de guerra do que se imagina.
A comparação pode parecer extrema à primeira vista. No entanto, ela é baseada em padrões observados em experimentos de controle mental e lavagem cerebral. Segundo Lemov, o uso contínuo de plataformas digitais pode desencadear efeitos semelhantes aos utilizados em técnicas de manipulação psicológica — como isolamento, privação de sono e corte de laços sociais.
Quando a mente entra em modo automático

Durante a Guerra da Coreia, soldados americanos que se recusaram a voltar para os Estados Unidos após serem capturados foram submetidos a táticas de manipulação emocional. Eles foram expostos a ambientes que restringiam seus vínculos sociais e minavam sua rotina de descanso, o que resultou em alterações profundas de comportamento.
Lemov afirma que, de certa forma, usuários de redes sociais também estão sujeitos a esse tipo de influência. O uso excessivo pode reduzir o senso crítico, alterar o humor e até comprometer a saúde mental. Para ela, as redes moldam as emoções e absorvem a atenção dos usuários, muitas vezes sem que percebam.
É possível resistir aos efeitos das redes sociais?
Apesar do cenário preocupante, Rebecca Lemov defende que há caminhos para mitigar esses efeitos. Entre eles, destaca a importância de prestar atenção às próprias reações ao consumir conteúdo online. Meditar, observar como o corpo e as emoções respondem e limitar o uso quando necessário são passos simples, mas eficazes.
O alerta de Lemov se soma a um experimento revelado pelo próprio Facebook em 2014. Na ocasião, a rede social admitiu ter manipulado o conteúdo exibido no feed de usuários sem aviso prévio, com o objetivo de medir os impactos emocionais. A repercussão foi negativa, mas serviu como exemplo concreto de como as plataformas têm poder para moldar sentimentos.
Por isso, refletir sobre os próprios hábitos digitais nunca foi tão necessário. Mais do que controlar o tempo de tela, trata-se de entender o que esse conteúdo causa por dentro — e como evitar que ele domine completamente a forma como nos sentimos.

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