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Estabilidade externa e tensão política interna crescente influem no Ibovespa

Mercado externo reage bem à posição do Fed quanto aos juros; no Brasil, índices geram expectativa

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Crédito: BBC

Alívio externo de um lado, pela sinalização do Federal Reserve (Fed), de que não pretende iniciar alta dos juros na principal economia mundial e ‘bons ventos’ das bolsas asiáticas, nessa segunda-feira (30), por outro, no campo doméstico, o dia é recheado de expectativas em torno da divulgação de índices, enquanto cresce a tensão política em Brasília.

Expectativa por índices – É o caso (IGP-M) pelo Boletim Focus que, há uma semana, apontava avanço de 7,11% para 7,27% do IPCA medido para 2021 e recuo de 5,27% para 5,22% do PIB deste ano, para uma estabilidade de 2% em 2022. Dois fatores devem influir no Ibovespa, nesse início de semana: a divulgação do PIB do segundo trimestre no Brasil (2T21) e do relatório de emprego nos EUA, durante a semana.

Cenário azul – Na bolsa americana, o cenário azul parece estar garantido, haja vista que os índices futuros americanos operam em estabilidade, nessa manhã, após registrarem bom desempenho este mês, a exemplo do índice Standard and Poors, que fechou na sexta com alta de 2,6%, enquanto o Dow Jones tinha alta de 1,5% e os Nasdaq ficava em +3,1%. Também nos EUA, destaque para a declaração do presidente do Fed, Jerome Powell, de que a inflação estadunidense este ano estaria próxima da meta de 2%, o que permite “encarar a atual alta inflacionária como transitória e que deverá recuar da meta”.

No positivo – Na Ásia, o início da semana também foi positivo. No instante em que o índice Shanghai (China) composto apresentava elevação de 0,17%, o Nikkei (Japão) cresceu 0,54%, o Kospi (Coréia do Sul), foi a 0,33%, e o Hang Seng, seguiu o mesmo caminho (+0,52%).

Na Europa, as bolsas operam positivamente, como reflexo de negociações de overnight bem-sucedidas, enquanto o índice Stoxx 600 – que reúne as ações de 600 empresas dos principais setores de 17 países europeus – avançava 0,1%.

Regulação chinesa – O quadro externo róseo, porém, pode ser revertido a qualquer momento, em que pese a adoção de novas regras, pelo governo chinês, no que se refere à regulação das empresas de Internet do gigante asiático, que têm enfrentando mais dificuldades para lançar seus papéis nos Estados Unidos, de acordo com o nova-iorquino Wall Street Journal.

Bandeira vermelha – Em meio a uma série crise hídrica, chama a atenção do investidor a bandeira vermelha (patamar 2) hasteada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) – nível mais elevado de custos extras – que impôs custo adicional de R$ 9,492 para cada 100 kilowatts-hora (kwh) consumidos. Em setembro, a bandeira continuará vermelha, mas o valor do kwh permanece indefinido. Um dos argumentos da autarquia é o “maior acionamento das termelétricas”, cujo custo adicional de operação tem “de ser repassado aos consumidores”.

Chuvas insuficientes – Já as previsões para as chuvas nesse período não são tão boas. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a previsão é de que “todos os subsistemas do país permanecerão com chuvas abaixo da média nas áreas dos reservatórios de usinas hidrelétricas, que enfrentam a pior seca em mais de 90 anos”, acrescentando que “a atual conjuntura indica necessidade de acionamento máximo dos recursos termelétricos, pressionando os custos relacionados ao risco hidrológico”.

Empresários cerram fileiras – Enquanto isso, no campo político, destaque para a posição manifestada, igualmente na sexta passada, pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), ao reiterar, junto ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), ‘a defesa da manutenção do teto de gastos’, descartando, ao mesmo tempo, “a possibilidade de romper o mecanismo para o pagamento do Auxílio Brasil”.

‘Sem violação do teto’ – Na oportunidade, Lira teria reafirmado que “o teto de gastos não será violado para pagar o auxílio emergencial dos vulneráveis afetados pela pandemia de Covid-19 ou para pagar precatórios”. O comandante da Câmara acrescentou, ainda, ser preciso “cuidar para não perder nunca o foco da responsabilidade fiscal junto da manutenção da democracia”, disse Lira.

Tributação neutra – Em outro ponto muito caro ao Planalto, Lira garantiu que “a tributação sobre o capital será neutra na atual proposta de reforma tributária, em tramitação na Casa”, emendando sua defesa ao conceito “de reduzir a tributação sobre as empresas e, ao mesmo tempo, aumentar a tributação daqueles que ganham mais, incluindo sobre dividendos”, embora tenha rechaçada a ideia de “prejudicar os mais ricos”.

‘Descolamento de percepção’ – a parte do Executivo, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, avaliou que “os   dados fiscais do país estão próximos aos níveis estimados antes da pandemia”, mas também admitindo ter havido “descolamento da percepção dos agentes de mercado devido a diversas medidas recentes do governo voltadas ao Bolsa Família, no ano que vem. Na ocasião, também na sexta, Neto fez coro às palavras de Lira, no que toca ao teto de gastos.

Muitos ruídos – Entretanto, são muitos os ruídos dessa interlocução entre poderes, admite o próprio Campos Neto, “de que existe uma vontade sempre de associar o processo eleitoral com as medidas que estão sendo feitas, mas o fato é o seguinte: o Brasil fez medidas estruturantes quando ninguém estava fazendo e está fazendo medidas estruturantes dentro do regime de responsabilidade fiscal”, argumentou, Como exemplo, ele cita o fato de que a dívida bruta e o resultado primário estarem próximos dos níveis pré-pandemia.

Harmonia institucional – Com o aumento da temperatura política em Brasília, pela proximidade do feriado de 7 de setembro, 200 entidades apresentam, nessa terça (31) – lideradas pela Fiesp (indústria) e Febraban (bancos), manifesto conjunto em defesa da harmonia institucional, além de expressarem ‘preocupação com a tensão política’. O rebate pelo Planalto não tardou, com a ‘ameaça’ de desfiliação da Febraban, por parte dos públicos Banco do Brasil (BB) e Caixa Econômica Federal (CEF).

Principais indicadores

Estados Unidos

*Dow Jones Futuro (EUA), +0,05%
*S&P 500 Futuro (EUA), +0,08%
*Nasdaq Futuro (EUA), +0,16%

Europa

*FTSE 100 (Reino Unido), +0,32%
*Dax (Alemanha), +0,26%
*CAC 40 (França), +0,22%
*FTSE MIB (Itália), +0,18%

Ásia

*Nikkei (Japão), +0,54% (fechado)
*Shanghai SE (China), +0,17% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong), +0,52% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), +0,33% (fechado)

Commodities e Bitcoin

*Petróleo WTI, -0,727%, a US$ 68,24 o barril
*Petróleo Brent, -0,28%, a US$ 72,5 o barril
*Bitcoin, -1,31%, a US$ 47.889,12
Sobre o minério: **Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian com alta de 0,66%, cotados a 835 iuanes, equivalente hoje a US$ 129,10 (nas últimas 24 horas).
USD/CNY = 6,47

Sou um profissional de comunicação com especialização em Economia, Política, Meio Ambiente, Ciência & Tecnologia, Educação, Esportes e Polícia, nas quais exerci as funções de editor, repórter, consultor de comunicação e assessor de imprensa, mediante o uso de uma linguagem informativa e fluente que estimule o debate, a reflexão e a consciência social.

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