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Saúde

Estudo alerta: ao menos 22 agrotóxicos têm ligação direta com câncer de próstata

Estudo dos EUA associa 22 pesticidas ao câncer de próstata, destacando riscos à saúde pública e à segurança alimentar global.

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Um estudo recente, divulgado na revista Cancer, revelou preocupações significativas sobre o uso de pesticidas na agricultura. Pesquisadores nos Estados Unidos revelaram uma ligação direta entre 22 compostos químicos utilizados em agrotóxicos e a incidência de câncer de próstata.

Esta descoberta reacende o debate sobre os impactos dos pesticidas na saúde pública e indica que esses agentes podem ser mais nocivos do que se acreditava.

A investigação revelou a necessidade urgente de reavaliar o uso desses produtos químicos na agricultura. Um dos compostos mais preocupantes é o 2,4-D, amplamente utilizado no Brasil e classificado como possivelmente cancerígeno pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC).

Além deste, outros agrotóxicos, como cloransulam-metil, diflufenzopir e trifluralina, foram identificados como particularmente perigosos. O estudo destaca a importância de compreender melhor os efeitos das exposições ambientais sobre a saúde humana.

Metodologia do estudo

A pesquisa abrangeu períodos de 1997 a 2020, analisando dados de exposição e incidência de câncer em diferentes blocos de tempo. Os resultados indicaram que, além da associação com novos casos da doença, quatro desses pesticidas foram também ligados a mortes por câncer de próstata.

Para alcançar os resultados, os pesquisadores acompanharam participantes ao longo de intervalos de 10 a 18 anos. Foram analisados dados de uso de pesticidas e correlacionados com a incidência de câncer de próstata.

Os períodos avaliados incluíram os anos de 1997 a 2001 e de 2002 a 2006 para o uso de pesticidas, comparados com as incidências entre 2011 e 2015 e 2016 e 2020.

Impacto na saúde e no meio ambiente

O inseticida tiametoxam, por exemplo, teve seu uso restrito devido aos efeitos negativos sobre abelhas e outros polinizadores. Embora seja permitido no Brasil, ele representa uma ameaça à biodiversidade e à segurança ambiental.

A classificação desses produtos como “possíveis carcinógenos” aumenta a pressão por revisões regulatórias e novas pesquisas no campo.

“Esta pesquisa demonstra a importância de estudar exposições ambientais, como o uso de pesticidas, para potencialmente explicar algumas das variações geográficas que observamos na incidência e mortes por câncer de próstata nos Estados Unidos”, enfatiza Simon John Christoph Soerensen, autor principal do estudo.

Os achados dos pesquisadores da Universidade de Stanford reforçam a necessidade de políticas públicas que protejam tanto a saúde humana quanto o meio ambiente.

Jornalista graduada pela Universidade Federal de Goiás (UFG), integra o time VS3 Digital desde 2016. Apaixonada por redação jornalística, também atuou em projetos audiovisuais durante seu intercâmbio no Instituto Politécnico do Porto (IPP).

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